Esterilização de materiais

A esterilização de materiais refere-se à total eliminação da vida microbiológica presentes nestes materiais. É diferente da limpeza, e de assépsia, bem como da desinfeção. Á guisa de exemplo, pensemos numa sonda periodontal ou num bisturi. Quando ela é lavada, pode estar apenas limpa, mas continua a ter um conjunto de microorganismos. Se ela for desinfetada ainda mantém as formas esporuladas do microorganismo. Na esterilização por sua vez são eliminadas todas as formas de microorganismos, inclusive as esporuladas. Por isso, é o método preferido e usado em medicina. Na mesma são destruídas bactérias, os seus esporos, vírus e fungos. Existem várias técnicas, no entanto a mais difundida e segura. Visto que após a esterilização, é naturalmente mantida uma quantidade mínima de bactérias, existe a necessidade de colocar nos materiais esterilizados uma data de validade e a necessidade de serem armazenados numa sala de temperatura controlada. Se os materiais não foram usados dentro desse período eles devem ser novamente esterilizados. A questão da temperatura depende do método de esterilização, mas via de regra, quanto maior a temperatura a que ele é sujeito, menor o tempo de exposição dos materiais. Na esterilização a vapor, existem duas temperaturas usadas, 121º C e 134ºC em autoclaves, e assim é mantida a segurança, e aumentamos a confiabilidade no fim do processo. Os materiais, no final do processo, não devem sair molhados do autoclave. Apesar de se dizer que a esterilização elimina todas as formas de microorganismos, isso ainda é quase impossível nos dias atuais. A qualidade de um processo de esterilização depende da validação de um equipamento, num bom suprimento de água do vapor, da manutenção, e numa sala limpa para a esterilização do material.

Os métodos mais frequentes e usados para a esterilização são:

autoclavagem

Flambagem

A flambagem refere-se à colocação do material sobre o fogo até que o material fique vermelho. É um material de fácil execução mas pouco seguro, visto que pode não esterilizar alguns tipos de bactérias pelo baixo tempo de exposição. Além disso, o material fica com uma cor preta e com um cheiro forte.

Fervura

A fervura, consiste em ferver o material por cerca de 15 minutos, a partir do início da fervura. Após a mesma, a água deve ser escorrida e deixada dentro da vasilha para secar. Após isso deve-se pegar o material pelo cabo e com as mãos lavadas, secá-lo e guardá-lo num recipiente com tampa, até o seu uso.

Calor Seco

Esta forma de esterilização provoca a oxidação dos constituintes celulares orgânicos dos microorganismos, bem como a desnaturação e coagulação das proteínas. Penetra de um modo mais lento que o calor húmido, e portanto, são exigidas temperaturas mais elevadas e tempos mais longos, para que a mesma seja eficaz. São usadas estufas.

O tempo da esterilização depende do tempo. Se o calor gerado for de 160 graus Celsius, são precisos 2 horas. A 120 graus Celsius são necessárias 6 horas.

É o processo ideal para vidros, metais, algumas gorduras e substâncias em pó. No entanto, o material deve ser resistente à variação da temperatura.

Calor Húmido

Atua da mesma maneira que calor seco, por desnaturar e coagular as proteínas das células microbianas, no entanto, a água influencia a destruição das membranas e enzimas. Portanto, pode induzir a destruição das ligações de hidrogénio, o que torna estes processos mais eficazes e diminui o tempo de exposição.

Pode ser feito pelo menos de duas maneiras:

Autoclavagem

Exposição do material a vapor de água sob pressão, a 121ºC durante 15 minutos. É o processo mais usado e os materiais devem ser embalados para permitirem o contacto total do material com o vapor de água. Deve ser realizado no vácuo, para que a temperatura não seja inferior à desejada, permitir a penetração do vapor nos poros dos corpos porosos e impedir a formação de uma camada inferior mais fria. Podem ser usados autclaves de parede simples, ou de parede dupla, sendo que estes últimos permitem melhor extração do ar e melhor secagem. É muito usado para o vidro seco e para materiais que não oxidam com água. É ainda usada para esterilizar tecidos. A sua eficácia é validada por dois métodos. Indicadores químicos, que mudam de cor consoante a temperatura, e indicadores biológicos.

Este método é de fácil uso, e o custo é relativamente acessível para hospitais e clínicas.

Tindalização

O material é submetido a três sessões de exposição a vapor de água a 100º C durante 20-45 minutos com um tempo de repouso entre elas. Consegue-se a esterilização visto que permite a germinação dos esporos entre duas sessões e a sua posterior destruição. É usado em soluções açucaradas ou que contenham gelatina.

Raios Gama/Cobalto

Os raios gama têm comprimentos de onda inferiores ao tamanho dos átomos. Os fotões de raio gama levam muita energia e são mortais. Mas é um método muito caro e perigoso.

Existem ainda vários métodos químicos, como o Gás Óxido de Etileno, o Glutaraldeído, o formaldeído, o ácido peracético e o plasma de peróxido de hidrogénio mas são pouco viáveis de utilizar.

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