Os caninos são um dos tipos de dentes que compõe a arcada dentária em animais mamíferos, omnívoros e em seres humanos. Em caso de animais, estes dentes também podem ser chamados de presas. Os caninos têm a forma de pá ou de lança e são dentes essenciais para perfurar e rasgar os alimentos. Além disso, possuem uma importante função em estabilizar a arcada dentária em vista das suas grandes raízes. Em caso de doença periodontal generalizada os caninos são por norma os últimos dentes a serem afetados. Os caninos dos humanos são menos proeminentes do que os caninos dos restantes animais, visto que no caso dos animais, os dentes são frequentemente usados para matar e dilacerar a presa. O seu ácido estomacal fará a digestão do alimento, ao passo que nos seres humanos, em vista de um pH mais básico, existe a necessidade de mastigar o alimento. Outra diferença entre os caninos humanos e os animais têm que ver com o facto dos caninos serem uma característica que diferencia o género, e portanto uma das maneiras de dimorfismo sexual. Podem ser muito mais proeminentes em machos do que em fêmeas. Essa diferença de caninos não é proeminente nos humanos.
Os humanos são dotados de quatro caninos. Dois superiores e dois inferiores. A numeração dada aos dentes caninos é: Dente número 1.3, 2.3, 3.3, 4.3. Visto que também existem caninos na dentição decídua, os seus números são 5.3, 6.3, 7.3, 8.3.
Funções dos Caninos
- Rasgar os alimentos;
- Manutenção da posição labial (estética);
- Proteção pela atividade proprioceptiva;
- Raízes longas permitem boa fixação em reabilitações orais;
Morfologia Geral:
- Forma de cúspide;
- Dente mais longo do arco;
- Cúspide divide declive mesial e declive distal;
- Presença de crista labial na vestibular;
- Maior no sentido vestíbulo-lingual que no mesio-distal;
Aspecto Vestibular:
Forma pentagonal;
Cristas marginais mesiais mais curtas que cristas distais;
- Cuneiforme, assim como os incisivos;
- Linhas cervicais convexas em direção ao ápice, mais na face mesial que na distal;
- Contorno lingual em forma de “S”
Caninos Superiores: 13 e 23
Aspecto Vestibular das Coroas:
- Face vestibular composta por 3 lobos;
- Contorno MESIAL amplamente convexo no terço médio, achatando – se no terço cervical;
- Lado DISTAL forma um “S” raso, convexo no terço médio e ligeiramente côncavo no cervical;
- Declive mesial mais curto que declive distal;
Aspecto Palatino das Coroas:
- Cíngulo grande e centralizado;
- Cristas marginais geralmente menos proeminentes que a crista lingual;
- Atrito oclusal;
Raízes dos Caninos Superiores:
- Vestibular – Comprida, cônica; Terço apical estreito, frequentemente para distal; Face vestibular mais convexa;
- Lingual – Mais estreita que no lado vestibular;
- Proximais – Face mesial mais larga; Depressão longitudinal mais pronunciada na distal.
Caninos Inferiores: 33 e 43
Aspecto Vestibular das Coroas:
- Lisa e convexa;
- Lado mesial convexo, tendendo a plano, quase em linha com a face mesial da raiz;
- Parece haver mais da coroa na distal do longo eixo da raiz (aspecto de inclinação para distal);
Aspecto Lingual das Coroas:
- Cíngulo baixo, menos volumoso, deslocado para distal;
- Crista lingual e fossas linguais discretas;
- Coroa e raiz se afilam da vestibular para lingual;
Aspecto Proximal das Coroas:
- Borda incisal inclinada para distal;
- Curvatura da linha cervical maior na mesial;
Raízes dos Caninos Inferiores:
- Vestibular – Convexo, reto (curvatura não deve ser decisiva na identificação do lado do dente)
- Lingual – Mais estreita que no lado vestibular;
- Proximal – Depressão longitudinal mais profunda na distal.
Visto que em alguns pacientes os incisivos centrais não crescem, em alguns trabalhos ortodônticos existe a possibilidade dos caninos superiores serem colocados ao lado dos incisivos centrais e dos pré molares fazerem o papel dos caninos. Estes trabalhos exigem que se ajuste o formato dos caninos.