Lançado em 1995 o Virtual Boy foi uma consola inovadora da Nintendo que oferecia uma experiência em 3D estereoscópico através de um equipamento semelhante a uns binóculos vermelhos. O interesse na realidade virtual era crescente e foi uma tentativa arriscada por parte da Nintendo. Infelizmente o sistema foi um falhanço comercial e é lembrado como um dos maiores fracassos da Nintendo. Foi o ultimo produto da Nintendo desenvolvido por Gunpei Yokoi.
O sistema Virtual Boy.
O visor monocromático do Virtual Boy utilizada duas cores, vermelho e preto, para simular um efeito 3D no jogos compatíveis. Funcionava com seis pilhas AA que eram inseridas no comando e duravam aproximadamente quatro horas de jogo. Era também possível utilizar um adaptador de corrente vendido em separado. O efeito 3D era resultado de linhas lineares que eram dirigidas aos olhos do jogador através de lentes oscilantes. O efeito 3D provocava um trauma na zona ocular e a Nintendo avisava os pais para não deixarem crianças com menos de sete anos jogar devido a esse mesmo problema. A Nintendo incluiu a opção em cada sistema para que o jogo fizesse pausas a cada 15 ou 30 minutos para que os utilizadores pudessem descansar a vista. Muitas pessoas ficavam com dores de cabeça após apenas alguns minutos de jogo.
O Virtual Boy incluía um comando com dois direcionais, sendo o único comando da Nintendo a apresentar este design. Além dos direcionais tinha mais quatro botões adicionais e o compartimento para as pilhas. Foram lançados cerca de 20 jogos para o Virtual Boy que foi descontinuado logo nos primeiros meses de 1996. Na lista encontravam-se clássicos como Mario Tennis, Virtual Boy Wario Land ou Bomberman: Panic Bomber, tudo nomes já conhecidos dentro da cultura dos videojogos. A consola também apresentava uma entrada para um conector externo, possivelmente para jogos multijogador, mas nunca chegou a ser utilizado.
Um fracasso de vendas
Todas as falhas do Virtual Boy também se agravaram com a necessidade da Nintendo em colocar os membros da equipa de desenvolvimento na produção da Nintendo 64. O Virtual Boy vendeu cerca de 770 mil unidades em todo o mundo e apenas 140 mil no Japão. Em jeito de comparação a consola anterior, a Super Nintendo, contava com cerca de 20 milhões de unidades vendidas em todo o mundo em 1995. Estatisticamente o Virtual Boy apresentava números irrisórios para a Nintendo que na época já estava habituada a grandes sucessos de vendas.
Apesar do nome o Virtual Boy tinha pouco de “realidade virtual”. A altura em que foi lançado estava fascinada pela ideia, mas ainda não tinha os recursos tecnológicos necessários para a desenvolver correctamente. Atualmente sistemas como o Playstation VR ou o Oculus Rift fazem precisamente aquilo que o Virtual Boy queria alcançar décadas antes. No entanto a consola era apenas mais uma das inovações da Nintendo que sempre teve essa faceta vanguardista, por vezes com sucessos enormes no caso da Nintendo Wii e Nintendo DS e por vezes com sistemas menos bem sucedidos como a Wii U.
O Virtual Boy inspirou algumas experimentações para a utilização da tecnologia 3D na Nintendo Gamecube e chegou a ser projectado para o jogo Luigi`s Mansion apesar de não se ter concretizado. Anos depois em 2010 a Nintendo anunciou a Nintendo 3DS que produzia um efeito 3D sem recurso a óculos especiais, consola que acabou por receber a sequela do já citado Luigi`s Mansion.