A expressão audiobook refere-se a um livro que é lido oralmente por um narrador ou locutor e depois distribuído numa plataforma online para ser reproduzido num dispositivo áudio ou compatível. A leitura pode ser integral ou somente de alguns excertos do livro.
As escolas e livrarias em diversos locais do mundo já dispunham de versões narradas de livros e textos seleccionados. Desde a década de 1930, muito antes dos formatos em cassete ou disco, que o meio tem vindo a ser utilizado pelas mais diversas razões. Nos Estados Unidos da América em 1931 a American Foundation for the Blind criou um programa de livros em formato áudio para invisuais. Os primeiros testes foram feitos com capítulos de obras clássicas como Midstream de Helen Keller e The Raven de Edgar Allan Poe. O governo aprovou licenças de distribuição especiais sem custos de direitos de autor para este uso específico. Excertos da Bíblia, a Declaração da Independência e outros textos e documentos faziam também parte da lista de áudio disponíveis.
Só na década de 1980 é que este formato começou a captar a atenção das editoras e os livros começaram a ser comercializados em formato áudio para o público em geral. As cassetes foram substituídas pelos discos por volta de 2003 e o formato digital começou a ganhar mercado por volta de 2012. O regresso às historias e livros narrados é também atribuído aos avanços tecnológicos e dispositivos como telemóveis, tablets e outros reprodutores multimédia que permitem ouvir os audiobooks em qualquer lugar. O mesmo acontece com os podcasts e programas de rádio distribuídos através da internet por download ou em streaming directo.
Possibilidade de ouvir em vários dispositivos.
A produção
Gravar um audiobook requer obviamente a presença de um narrador que usa a voz numa cabine de gravação enquanto lê em voz alta para um microfone. No caso de uma gravação profissional o narrador recebe indicações de um director de atores e de um técnico de som. Consoante existam erros de performance ou técnicos estes são corrigidos na altura de forma a tornar a narração o mais fluida possível. Atualmente alguns narradores fazem todo o processo num estúdio próprio ou em casa, fazendo também o trabalho técnico de edição de som. O áudio é depois revisto pela editora para aprovação. O custo de gravação de um audiobook varia significativamente consoante o tamanho do livro, se é ou não gravado em estúdio, o narrador escolhido, entre outras condicionantes. Segundo a Audible um livro poderia custar quase 25.000 dólares para ser transformado em audiobook durante a década de 1990 e apenas cerca de 2.000 a 3.000 dólares atualmente devido em parte à maior produção e número de produtores.
Os audiobooks são distribuídos em diversos formatos digitais como o mp3, wma ou aac, de forma a chegar ao maior número de reprodutores compatíveis. Algumas das razões apontadas para a preferência por audiobooks são a possibilidade de ouvir em viagem como no carro ou no comboio, poder ouvir enquanto se desempenham outras tarefas e também como forma de relaxamento sem ter de esforçar a visão. A performance de alguns narradores pode também tornar o livro mais interessante.