Apresenta-se como um polímero linear, não flexível e com cadeias não ramificadas, que tem como base unidades dissacarídeas repetidas, isto é, a repetição de dois monossacáridos ao longo do polímero. As soluções de glicosaminoglicanos têm uma consistência viscosa que resulta da sua grande viscosidade e elasticidade. A substância amorfa é composta maioritariamente por glicosaminoglicanos (também conhecido por mucopolissacarídeos), polissacarídeos não ramificados com resíduos alternados de ácido urónico e hexosamina. A substância amorfa é numa matriz que se encontra no espaço extracelular, particularmente em tecidos conjuntivos como as cartilagens, tendões, pele e as paredes dos vasos sanguíneos. Existem vários constituintes dos glicosaminoglicanos, em que se destacam:
- Ácido hialurónico, também chamado de hialuronano, é um importante constituinte da substância amorfa, fluido sinovial e humor vítreo do olho. Também se encontram nas cápsulas de certas bactérias patogénicas. As moléculas de ácido hialurónico são compostas por 250 a 25000 unidades dissacáridas ligadas por ligação β(1à4). Os monossacarídeos do ácido hialurónico são o D-ácido glucorónico e o N-acetil-D-glucosamina, que se ligam por uma ligação β(1à3). Possui uma grande massa molecular e vários grupos aniónicos que se repelem, fazendo com que o ácido hialurónico seja uma molécula rígida e altamente hidratada, que em solução, ocupa um volume ~1000 vezes superior ao do seu estado não hidratado. O comportamento viscoelétrico das soluções de hialuronano fazem-no um excelente lubrificante e “amortecedor” biológico.
- Sulfato (4-) de condroitina é o componente principal da cartilagem e de outros tecidos conjuntivos, possui na sua estrutura resíduos de D-ácido glucorónico e de N-acetil-D-galactosamina-4-sulfato.
- Sulfato (6-) de condroitina é sulfatado na posição do carbono 6 dos seus resíduos de N-acetil-D-galactosamina.
- Sulfato de dermatano, assim denominado devido à sua grande prevalência na pele, difere do sulfato de condroitina somente na inversão da configuração do C5 do resíduo de β-D-glucuronato para formar o α-L-iduronato.
- Sulfato de queratano contém ligações β(1à4) alternadas de D-galactose e N-acetil-D-glucosamina-6-sulfato. É o glicosaminoglicano mais heterogéneo, uma vez que o seu teor em sulfato é variável e contém algumas porções de fucose, manose, N-acetilglucosamina e ácido siálico.
- Heparina é um glicosaminoglicano sulfatado que consiste predominantemente de resíduos de D-iduronato-2-sulfato e de N-sulfo-D-glucosamino-6-sulfato, ligados por uma ligação α(1à4). Tem em média 2.5 resíduos de sulfato por dissacarídeo, fazendo-o o polieletrólito mais negativamente carregado nos tecidos dos mamíferos. A heparina, contrariamente a outros glicosaminoglicanos, não é um dos constituintes do tecido conjuntivo, estando quase exclusivamente presente nos grânulos intracelulares dos mastócitos. A heparina inibe a coagulação sanguínea, tendo aplicações clínicas em pacientes pós-cirúrgicos.
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