A água do mar contém uma quantidade elevada de iões Na+ e Cl–, entre outros em menor quantidade, sendo a sua salinidade média constante, tal como as proporções dos seus constituintes, por ordem decrescente, cloro, sódio, magnésio, enxofre, cálcio, potássio, entre outros.
Sabe-se que o oceano é uma mina inesgotável de recursos. Deste modo, a extração do cloreto de sódio é uma atividade praticada há muitos séculos.
Durante a 1ª Guerra Mundial, os americanos iniciaram a extração de magnésio da água do mar. Posteriormente, na 2ª Guerra Mundial esta indústria foi melhorada e, desta forma, obteve-se a maior parte do magnésio produzido no mundo.
Atualmente, devido às grandes e graves alterações climáticas, com períodos recorrentes de seca, em muitas zonas do planeta, a dessalinização da água do mar está a tornar-se cada vez mais importante.
O processo mais antigo e mais utilizado para dessalinizar a água do mar é a destilação. Neste processo, a água é vaporizada por aquecimento a 110⁰C e condensada por arrefecimento. Trata-se de um método bastante eficaz mas de elevado custo energético e, consequentemente, muito caro, uma vez que para mudar de estado físico uma mole de água são necessários 40,8 kJ de energia. Mesmo levando a cabo este processo a pressões inferiores à pressão atmosférica, este processo não deixaria de ser caro.
Como alternativa, pode-se recorrer à energia solar para se fazer a destilação da água do mar, no entanto, apesar de ter custos muito inferiores quando comparados com aqueles em que são utilizados recursos não renováveis, é um processo muito lento e necessita de muito espaço para a colocação das unidades de obtenção.
A osmose e a osmose inversa também são métodos usados para a obtenção de água dessalinizada.
Um processo alternativo é a nanofiltração. Trata-se de um método de separação menos eficaz do que a osmose inversa, no entanto, é menos dispendioso visto que requer menos energia.
É importante notar que na dessalinização da água, como a maior parte das espécies dissolvidas são removidas, é necessário adicionar alguns sais, como hidrogenocarbonato de sódio e sulfato de magnésio para corrigir a mineralização da água, pois não é saudável o consumo de águas muito pouco mineralizadas.
Referências Bibliográficas
Guerreiro M.L., Tese de Mestrado “Dessalinização para produção de água potável”, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, 2008/2009.
Miller, J. E., “Review of water resources and desalination technologies”, Materials Chemistry Department, Sandia National Laboratories, P.O. Box 5800 Albuquerque, 2003.
Paiva J., Ferreira A., Ventura G., Fiolhais C., Física e Química A, Química 11º ano, Texto Editores, 2011.