Teoria das expectativas puras

A teoria das expectativas puras é vista como a primeira teoria para explicar a teorias para justificar a estrutura temporal das taxas de juro.

Em que consiste a teoria das expectativas puras?

A primeira das teorias para justificar a estrutura temporal das taxas de juro observada é conhecida como a teoria das expectativas puras do Mercado. De acordo com esta teoria espera-se obter a mesma rendibilidade mantendo-se um instrumento com maturidade, por exemplo, de dois anos até ao fim, ou mantendo-se por dois anos um instrumento de maturidade de quatro anos, revendendo-o ao fim de dois anos. Neste sentido pode-se dizer que a yield de uma obrigação com T anos para a maturidade é igual à média esperada das yields de obrigações anuais nos próximos T anos. Segundo esta teoria, o mercado exige para o próximo ano a mesma rendibilidade de uma obrigação com maturidade de um ano e de outra com maturidade de quatro anos, porque os vê como substitutos perfeitos.

Pressupostos

Pelo menos uma de três premissas deve verificar-se:

  • há certeza sobre o valor futuro das obrigações;
  • investidores são neutros ao risco;
  • risco de incerteza sobre taxas de juro futuras pode ser diversificado.

Estas são as condições segundo as quais não há prémio de risco associado à estrutura temporal de taxas de juro, e as taxas forward reflectem a taxa esperada de desconto para os futuros periodos.

Relação com a estrutura temporal das taxas de juro

A teoria das expectativas puras define a estrutura temporal das taxas de juro, como sendo determinada em cada data, pelas expectativas dos investidores acerca das taxas de juro futuras. Possui algumas hipóteses simplificadoras, nomeadamente: (i) não existe risco de incumprimento por parte das entidades que emitem as obrigações; (ii) os investidores investem apenas em obrigações de cupão zero; (iii) os investidores formulam expectativas homogéneas acerca das taxas de juro futuras; (iv) para os investidores é irrelevante a probabilidade de errarem nas suas previsões, ou seja, são indiferentes face ao risco.

Equilíbrio no mercado das obrigações

Segundo esta teoria, a condição de equilíbrio do mercado obrigacionista, implica que dois portefólios obrigacionistas, com maturidades diferentes, ofereçam necessariamente a mesma rentabilidade esperada, caso sejam detidos por um investidor durante o mesmo horizonte temporal. Existem duas abordagens para esta teoria, que se diferenciam quanto ao prazo das taxas de juro em que os investidores formulam expectativas, e ao horizonte temporal coberto por essas mesmas expectativas. Na primeira abordagem os investidores formulam expectativas quanto à evolução das taxas de juro de curto prazo, ao longo de um horizonte temporal muito longo. Na segunda abordagem, esses mesmos investidores formulam expectativas acerca da evolução das taxas de juro de todos os prazos, contudo, essas expectativas apenas cobrem um horizonte temporal reduzido.

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References:

Ferreira, Domingos (2008). Swaps e Derivados de Crédito. 1ª Ed. Lisboa: Edições Sílabo.

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