Conceito de Microcrédito
O termo microcrédito designa um tipo de financiamento de montante reduzido e destinado a apoiar a criação de pequenos negócios por pessoas que não tenham condições para recorrer ao crédito tradicional. Sendo um forma de apoio social, o conceito de microcrédito difere muito do conceito tradicional de ajuda e combate à pobreza na medida em que rejeita a esmola, o subsídio ou o donativo como forma de justiça social.
O surgimento do microcrédito deve-se em grande medida a Muhammad Yunus, economista do Bangladesh galardoado com o Prémio Nobel da Economia em 2006, prémio que lhe foi atribuído exactamente pela sua actuação no desenvolvimento do microcrédito através da fundação do Grameen Bank (Banco de Aldeia).
As implicações do microcrédito na chamada economia social teve um tal impacto na sociedade que actualmente o microcrédito existe já em mais de 60 países e envolvendo vários milhares de instituições em todo o mundo.
Como surgiu o Microcrédito
O microcrédito tornou-se conhecido a partir da década de 1970, com a repercussão das iniciativas do economista e professor Muhammad Yunus em Bangladesh. Conta a história que o professor observou a situação de aldeias próximas da Universidade de Chittagong, onde lecionava, nas quais as mulheres eram reféns de agiotas, pagando juros extremamente elevadas. Yunus emprestou 27 dólares a 42 mulheres em situações económicas e sociais deploráveis e, inesperadamente, todas as mulheres pagaram pontualmente o capital e os juros de todos os empréstimos. A partir daí, em 1978, criou-se o Grameen Bank (Banco do Povo), um banco para os pobres, que desenvolveria as bases para o microcrédito no mundo. O seu objetivo inicial consistia em oferecer empréstimos para fins produtivos às famílias extremamente vulneráveis do Bangladesh. Uma das características gerais do Grameen Bank é alcançar os pobres, particularmente as mulheres, e simultaneamente conseguir a sustentabilidade financeira. Uma das inovações metodológicas mais relevantes seria o aval solidário como substituto de garantias reais dos empréstimos. Com essa medida, pretendeu-se reduzir os riscos de incumprimento e valorizar a mulher na sociedade, aumentando a sua riqueza.