Investimento Socialmente Responsável (ISR)

Os fundos de investimento socialmente responsáveis (ISR), também designados por fundos éticos distinguem-se dos demais por incluírem as variáveis ambientais, sociais e de governo das sociedades nas suas opções de investimento.

Os fundos de investimento socialmente responsáveis (ISR), também designados por fundos éticos distinguem-se dos demais por incluírem as variáveis ambientais, sociais e de governo das sociedades nas suas opções de investimento.

Este tipo de investimento em que a avaliação dos resultados não se circunscreve ao retorno financeiro é uma opção atraente para quem não pretende obter uma rentabilidade agressiva e quer estimular empresas que tenham boas práticas de sustentabilidade ou investir em projetos que promovam o bem-estar social e ambiental.

Nos últimos anos a oferta deste tipo de produtos tem aumentado e têm sido recentemente apresentadas soluções de investimento expostas às oportunidades em torno das alterações climáticas (novas energias, alterações climáticas, agricultura, tecnologias limpas). O racional para este incremento está relacionado, por um lado, com a tomada em consideração das dimensões ESG (ambiente, social e governo) por parte da banca nos produtos financeiros que oferece, quer devido à sua consciência ética, quer por via da prevenção de eventuais riscos reputacionais que advêm do tipo de atividades que a instituição está a financiar, por exemplo, investimentos em empresas ou projetos em que o risco ambiental é enorme, quer porque acreditam que no potencial de crescimento do mercado do carbono e das energias renováveis. Note-se que de acordo com a diretiva da responsabilidade ambiental, os danos causados em consequência de acidentes ambientais terão que ser reparados e/ou eliminados de forma a repor o estado inicial do solo, da água ou dos habitats naturais, podendo a instituição financeira vir a ser responsabilizada por tais danos.

Alguns destes fundos, sobretudo os que têm subjacentes commodities, são de capital protegido, ou seja, o investidor recebe pelo menos o montante que aplicou, no caso do preço da commodity cair. Um destes exemplos é o Fundo Floresta Real lançado pelo Grupo Santander Brasil.

A principal desvantagem, no caso dos fundos verdes, tem a ver com a exposição que lhe é dada a uma indústria à qual falta ainda capacidade competitiva, estando muito dependente dos apoios que os governos decidam conceder. Uma eventual variação no nível de comprometimento dos estados é um risco para os investidores, apesar de as mais recentes notícias indiciaram que ele deve continuar forte nos próximos anos.

O Eurosif, referência na integração das variáveis ESG nos mercados financeiros e nos investimentos, elabora um conjunto de recomendações a que os fundos devem atender para investirem que tocam, sobretudo, a dimensão governance.

Dentro dos fundos socialmente responsáveis existe uma panóplia de sub tipologias de fundos, mediante o seu focus na dimensão em causa, a saber:

  • Fundos éticos – valorizam sobretudo a componente social e o respeito pelo direitos humanos e a transparência no governo da sociedade, as práticas anti-corrupção e a integridade dos elementos do bord, excluindo apriori segmentos de negócios como a indústria do armamento
  • Fundos verdes – focam particularmente a componente ambiente. Estes fundos abarcam por um lado o investimento em negócios cujo core está diretamente relacionado com a proteção do ambiente e por outro os investimentos no mercado do carbono.

O que ganham as empresas ao capturar IRS?

Tal investimento pode proporcionar-lhes atingir novos mercados e/ou novos segmentos de negócio, criação de networking que lhe permita melhorar os modelos de avaliação do negócio; colmatar as restrições de acesso ao crédito, via diversificação das fontes de financiamento, obtendo assim financiamento em condições mais vantajosas e capturando investimento de risco para projetos específicos, bem como melhorias na sua reputação e imagem. O facto dos fundos se regerem por princípios éticos fortes, oferecem segurança às empresas onde investem, não se esperando, por exemplo que, através destes fundos estejam a intervir anonimamente pessoas ou entidades com o intuito de adquirir uma participação que permita, por exemplo, tomar o controlo da empresa.

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References:

Krosinky, C., & Robins, N. 2008. Sustainable Investing: The art of long-term performance, New York: Routledge.

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