Índice Sintético de Desenvolvimento Regional (ISDR)

Apresentação do Índice Sintético de Desenvolvimento Territorial (ISDR) elaborado pelo INE e o DPP; principais escolhas metodológicas e a utilidade do mesmo.

O Índice Sintético de Desenvolvimento Regional (ISDR) é uma proposta portuguesa de medição quantitativa das assimetrias regionais elaborada e publicada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e pelo Departamento de Prospetiva, Planeamento e Relações Internacionais (DPP) desde 2006.

A publicação do ISDR é realizada de dois em dois anos, tendo já analisado as performances das regiões portuguesas entre 2004 a 2013. A última publicação é de 2015 referente ao desempenho de 2013. O ISDR não é estático e as diferentes publicações vão apresentando alterações nos indicadores utilizados, como por exemplo, a edição publicada em 2013 adicionou indicadores relacionados com o sistema de contas integradas das empresas, a qualidade da água e a incorporação das estimativas da população residente.

O ISDR tem como objetivo medir o desenvolvimento de cada região abrangendo as suas várias dimensões, apoiar decisões políticas futuras e, por último servir de base para futuros estudos ou investigações visando o seu aperfeiçoamento.

O ISDR procura medir o desempenho de diferentes regiões nacionais ao nível das NUTS II e NUTS III, abrangendo três dimensões: a competitividade, a coesão e a qualidade ambiental. Cada dimensão funciona como um índice que tem como função agregar diferentes indicadores, para no final o ISDR funcionar como um agregador destes índices.

A competitividade tenta medir uma região através da capacidade de financiamento, da existência ou não de recursos humanos qualificados, da aptidão de atrair novos visitantes, da capacidade de concorrer com outras regiões e, por último, da qualidade de vida da região.

A coesão no ISDR está relacionada com as questões acesso/qualidade e distribuição, sendo assim, tenta completar indicadores que meçam a distribuição dos rendimentos, a exclusão ou a integração social e as acessibilidades ou oportunidades de acesso a serviços, a equipamentos e a infraestruturas, redução das disparidades e qualidade ambiental.

Relativamente à qualidade ambiental são analisadas questões relacionadas com o ambiente, nomeadamente, a qualidade do mesmo, os níveis de poluição e a mitigação dos impactes negativos no ambiente, levados a cabo por cada região.

O ISDR a nível metodológico utiliza três procedimentos estatísticos para chegar aos resultados das performances das regiões. O primeiro é relativização da dimensão regional que permite evitar a distorção de dados oriunda das diferentes dimensões dos territórios que contemplam o índice.

O segundo procedimento é método minimax, que é responsável pela normalização de indicadores, onde os mesmos são calculados, de forma a proceder-se à verificação da melhor e pior performance, para posteriormente, estabelecer uma relação entre os dois valores. Após a etapa anterior estar concluída, apuram a relação entre os valores e referenciam este último valor a 1, sendo que a aproximação a este valor mede o desenvolvimento territorial nesse indicador.

O último procedimento estatístico é a utilização da média simples para apresentar os resultados de cada região nacional, apurando o valor do índice global bem como o valor de cada componente que integra o índice. A utilização destes procedimentos permite a medição quantitativa do desenvolvimento territorial.

O ISDR é uma ótima fonte secundária para estudos regionais nas diferentes ciências como Economia, Geografia, Sociologia, pois para além dos resultados das regiões a publicação analisa as correlações positivas e negativas entre as diversas componentes que integram o ISDR permitindo o investigador avançar com considerações teóricas sustentadas.

O ISDR também é útil para os investigadores que estudam as questões da Coesão (económica, social, e territorial), pois na inexistência de um Índice Sintético de Coesão de cariz oficial e, apesar do ISDR ser um índice de desenvolvimento territorial, o mesmo pode servir para medir a Coesão, pois apresenta pressupostos teóricos e indicadores que assentam nesse conceito.

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References:

Referências Bibliográficas

  • ARAÚJO, J. (2014). O conceito de Coesão Territorial e a sua relevância para o Planeamento e Ordenamento do Território. Os casos da Estónia e Portugal., Dissertação de Mestrado, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, pp. 1-171.
  • INE (2009). Índice Sintético de Desenvolvimento Regional, Lisboa, pp. 19- 72.
  • INE (2013). Índice Sintético de Desenvolvimento Regional, Lisboa, pp. 1- 8.
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