A elasticidade-rendimento da procura corresponde ao quociente entre a variação percentual da quantidade procurada de um bem ou serviço e a variação percentual do rendimento.
Considere-se o rendimento monetário de uma família ou de um indivíduo. Quando o rendimento monetário é fixo, ocorrendo o aumento do preço de mercado de um determinado bem ou serviço habitualmente consumido, verificar-se-á um decréscimo do rendimento real da família ou do indivíduo, isto é, da quantidade de bens e serviços que o rendimento monetário pode comprar.
Assim, quando o preço de um bem ou de um serviço sofre um incremento e os rendimentos monetários dos consumidores se mantêm fixos, verifica-se, na prática, uma diminuição dos rendimentos reais. Logo, presumivelmente, os consumidores adquirirão uma quantidade menor de bens ou serviços, incluindo do bem ou do serviço cujo preço sofreu um incremento.
Assim, o efeito rendimento, consistindo na variação da quantidade procurada de bens ou serviços decorrente de uma variação dos preços desses bens ou serviços, corresponderá ao efeito da variação dos preços dos bens ou serviços sobre os rendimentos reais dos consumidores. Uma vez que um rendimento real inferior conduzirá, em geral, a um nível inferior de consumo, o efeito rendimento irá, logicamente, potenciar o efeito substituição.
A medida quantitativa do efeito rendimento pode ser obtida calculando a elasticidade-rendimento de um bem ou serviço. A elasticidade-rendimento corresponde ao quociente entre a variação percentual da quantidade procurada de um bem ou serviço e a variação percentual do rendimento dos consumidores. As elasticidades-rendimento elevadas associadas a alguns bens e serviços (por exemplo, propinas das universidades privadas) significam que a procura desses bens ou serviços aumenta sempre que o rendimento dos consumidores sofre um acréscimo. Por outro lado, elasticidades-rendimento pequenas (por exemplo, como as de grande parte dos alimentos) sugerem uma fraca resposta da procura ao aumento do rendimento dos consumidores.
Por exemplo, se a um incremento de 10% no rendimento dos consumidores corresponder um aumento de 5% no número de estudantes que optam por universidades privadas, a elasticidade-rendimento pode ser calculada através da seguinte equação:
Figura – Equação da elasticidade-rendimento da procura de universidades privadas
Em que: “Δ%Q” corresponde a uma determinada variação percentual da quantidade procurada do serviço; e “Δ%R” corresponde a uma determinada variação percentual do rendimento dos consumidores.
Concluindo, os bens podem ainda ser classificados quanto ao valor de elasticidade-rendimento associado à sua procura (ver tabela seguinte).
Elasticidade-rendimento | Classificação dos bens |
Er < 0 | Bens inferiores |
Er < 1 | Bens (normais) essenciais |
Er > 1 | Bens (normais) de luxo |