O que é o BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul
BRICS é a sigla das iniciais de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa), um conjunto de países que se destacaram no cenário económico mundial pelo rápido crescimento das suas economias em desenvolvimento, compartilhando uma situação económica com índices de desenvolvimento industrial e tecnológico e situações económicas semelhantes. O acrónimo deve-se ao economista Jim O’Neill, economista-chefe do banco de investimento Goldman Sachs, que em 2001 o utilizou pela primeira num estudo vez intitulado «Building Better Global Economic BRICs» (na altura ainda sem o ‘S’ relativo à África do Sul).
Formação e crescimento
Até 2006 o acrónimo BRICs era utilizado apenas por analistas e economistas para designar um grupo de quatro países que haviam apresentado características comuns à época: Brasil, Rússia, Índia e China. Depois desse ano, os quatro países decidem formalizar a aceitação da designação BRICs e encetam um processo de cooperação política e de estabelecimento de diversos acordos multilaterais. Mais tarde, em 2011, a África do Sul é admitida no grupo e o acrónico passa à sua forma final: BRICS.
No estudo realizado por Jim O’Neill, a sua expectativa era a de que os países do BRICs apresentassem uma robustez económica que os levariam a superar as grandes potências económicas num prazo de até cinquenta anos. E de facto, o crescimento económico destes países tem sido expressivo: entre os anos de 2003 e 2007 o BRICS representou cerca de 65% do crescimento económico global e atingiu 9% do total de todo o PIB mundial. Em 2009 esta percentagem subiu para cerca de 14% a atualmente aproxima-se dos 25%. A expansão das atividades do grupo tem ocorrido essencialmente em duas vertentes: (i) a coordenação em reuniões e organismos internacionais; e (ii) a construção de uma agenda de cooperação multissetorial entre seus membros.
As atividades dos BRICS abrangem as seguintes áreas principais: agricultura, ciência e tecnologia, cultura, espaço exterior, segurança da Internet, segurança social, propriedade intelectual, saúde e turismo.
Entre as vertentes mais promissoras do BRICS, destaca-se a área económico-financeira, em que se destaca: (i) os acordos constitutivos do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), voltado para o financiamento de projetos de infraestruturas e desenvolvimento sustentável em economias emergentes e países em desenvolvimento, e (ii) do Arranjo Contingente de Reservas (ACR), destinado a prover apoio mútuo aos membros do BRICS em cenários de flutuações no balanço de pagamentos.
Coordenação e posicionamento internacional
Na atuação conjunta dos BRICS tem sido dado privilégio aos tópicos da governança económico-financeira e neste âmbito têm tido como prioridade a coordenação no âmbito do G-20, incluindo a reforma do FMI; e também a governança política, defendendo a reforma das Nações Unidas e do seu Conselho de Segurança, de forma a melhorar a sua representatividade, em prol de uma maior democratização da governança internacional.
A coordenação política entre os membros do BRICS é efetuada sem elementos de confrontação com demais países, estando abertos à cooperação e ao relacionamento construtivo com países terceiros, bem como com organizações internacionais e regionais, na reflexão sobre temas da agenda internacional.
References:
O’Neill, Jim (2001); The grow up map; Cambridge: Cambridge University Press.