Quem foi Ticiano
Ticiano, Vecelli, Ticiano Vecelli, Tizian Vecellio De Gregorio, Tiziano, Titian ou ainda Titien, foi um importante pintor italiano, soberano absoluto da Escola Veneziana, ao longo de mais de meio século elaborou uma obra extensa, repleta de um colorido inconfundível, composições vigorosas e pinceladas ousadas.
A sua amplia obra, onde predominam as obras a óleo sobre tela e a versatilidade temática, ele gostava de retratar paisagens, cenas religiosas carregadas de emoções, episódios mitológicos repletos de sensualidade e expressivos retratos com fundos de paisagens idílicas banhadas de luz e cor. Ao longo da sua vida, a sua pintura mudou tão drasticamente que vários críticos tiveram dificuldades em acreditar que se tratou sempre de obras do mesmo artista.
Ticiano, dedicou-se unicamente à pintura, e por meio dela, conquistou a glória e a riqueza, sentou-se à mesa com os principais membros da nobreza europeia e foi aclamado por papas e reis.
Ao longo da sua vida, a sua pintura mudou tão drasticamente que vários críticos tiveram dificuldades em acreditar que se tratou sempre de obras do mesmo artista.
Foi um dos mais influentes artistas ocidentais, a sua obra atravessou os séculos, influenciando de várias formas os estilos mais próximos ao seu tempo, como o Maneirismo e o Barroco, mas também servindo de referência em tempos posteriores, alcançando o Romantismo e a Arte Moderna.
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Ticiano(Entre 1473 e 1490-1576)
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Ticiano Vecellio ou Vecelli, nasceu em Pieve di Cadore, uma pequena cidade no vale de Piave, nos Dolomitas, Itália, não se sabe exactamente em que dia e em que ano, mas acredita-se que foi entre os anos de 1476 e 1490.
Foi para Veneza entre os 10 e 12 anos de idade, começa a sua formação artística no ateliê de Sebastiano Zuccato, um artista pouco relevante da época, posteriormente muda-se para o ateliê de Gentille Bellini e finalmente, atraído pela sua pintura, começa a trabalhar com o célebre pintor Giovanni Bellini, irmão de Gentile e um dos primeiros mestres da escola veneziana, sofrendo uma grande influência do seu estilo e técnica.
Durante a sua primeira fase artística, as obras de Ticiano caracterizavam-se pela proeminência de pinturas de Nossas Senhoras e Sagradas Famílias, bem como por imagens de belas mulheres.
Em 1507, Ticiano foi convidado por Giorgione para pintar afrescos na fachada do Fondaco dei Tedeschi, entreposto comercial alemão localizado às margens do canal Grande, em Veneza. A “Juditi” ali pintada por Ticiano chamou de imediato a atenção pela semelhança com o estilo de Giorgione. Muitas das obras iniciais de Ticiano, criam muitas dúvidas quanto a sua autoria devida à semelhanças técnica e estilística com Giorgione. Este é caso da pintura “Concerto Campestre”, inicialmente atribuído a Giorgione, mas hoje considerada como obra de Ticiano.
Com a morte prematura de Giorgione aos 33 anos, em 1510, Ticiano se consolidou como a principal liderança do Alto Renascimento veneziano. Segundo KENNEDY (2006, pg.7) “No mundo de Ticiano, o véu de ocultismo e mistério que se encontrava no trabalho de Giorgione é agora levantado e a humanidade é confrontada de forma mais directa e com uma transparência psicológica baseada na experiência do dia-a-dia.”
Durante as décadas de 1530 e 1540, consolida-se como um dos grandes artistas do seu tempo, sem deixar de acompanhar o ritmo das mudanças criativas da arte, muitas delas tendo sido influenciadas pelo seu próprio trabalho.
Uma das suas obras mais célebres deste período, é a “Vénus de Urbino” de 1538, uma encomenda feita pelo duque de Urbino, Guidobaldo II della Rovere. A temática da obra, representa uma jovem pousando deitada sobre um leito, sendo que o nu feminino e muito sensual, é uma temática frequente na obra de Ticiano. E outro aspecto curiosos desta obra, é o facto de que mulheres louras pintadas por Ticiano neste período, como é o exemplo da “Vénus de Urbino”, além da polémica e escândalo social, também deram origem a um novo adjectivo: tizianesco: mulheres de grande sensualidade, de cabelos ligeiramente avermelhados. Ticiano inspira-se nas mulheres que lavavam os cabelos no canal Grande e depois ficavam ao sol, para secá-los.
Durante a década de 1550, Ticiano realiza uma série de pinturas mitológicas para o rei Filipe II de Espanha, inspiradas nas Metamorfoses, de Ovídio. Ele denominou esta série de Poesie, indicando a referência explícita a uma fonte literária e colocando o artista como um intérprete.
Viveu o resto da sua vida establecido na cidade de Veneza, pintando para o rei Filipe II, que sucedeu a Carlos V como rei de Espanha e como protector do artista e o maior coleccionador das suas obras.
Em 1555, assiste ao Concílio de Trento, ponto de partida da Contra-Reforma da Igreja de Roma, e precisou de artistas como ele para criar a iconografia necessária para expandir a sua mensagem ideológica. Ticiano realizou uma pintura das sessões do conselho, agora perdidas, das quais, só existe uma cópia no Museu do Louvre.
Nos seus últimos anos de vida, Ticiano já com uma idade muito avançada (acredita-se que quando morreu, estava muito perto dos 100 anos), terminou poucos trabalhos onde deixou claro um estilo, muito mais crítico e perfeccionista. O último trabalho que Ticiano deixou é a Pietà, executada provavelmente para o seu túmulo, a pintura mostra uma possível representação do próprio Ticiano como São Jerónimo, ajoelhado aos pés da Virgem com o corpo de Cristo, em uma composição que lembra a Pietà de Michelangelo na Basílica de São Pedro.
Em 1576, Veneza é atingida pela peste e, a 27 de Agosto daquele ano, Ticiano morre vítima de febre. O seu corpo foi enterrado na Basílica de Santa Maria Gloriosa dei Frari, uma honra já que ele foi a única vítima da peste negra a ser sepultada numa igreja.
References:
DAVIES, Penelope J. E. et al. A nova história da arte de Janson. 9. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2010
GOMBRICH, E. H. A história da arte. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999
JANSON, H. W; JANSON, Anthony F. Iniciação à história da arte. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1996
KENNEDY, Ian G. Ticiano: c. 1490-1576. Colônia, Alemanha: Taschen, 2006
PANOFSKY, Erwin. A Alegoria da Prudência de Ticiano: um pós-escrito. In: __. Significado nas artes visuais. São Paulo: Perspectiva, 2007