Desenho, do italiano disegno, designa a arte visual de representar algo em um meio bi ou tridimensional através de diversas ferramentas ou métodos. Convencionalmente é realizado manualmente, com lápis, canetas, grafites, mas existem inúmeras técnicas e possibilidades associadas a esta representação artística.
Caracteriza-se pela representação gráfica de traços e manchas. O desenho pode ser reconhecido desde um simples risco até configurações mais complexas. Pode ser um conjunto de linhas sobre um papel, feitas directamente com a mão, que resulta num objecto comum, presente em tantas actividades humanas, mas tão importante para determinados desenvolvimentos do conhecimento e das artes, que merece mais atenção do que um primeiro olhar deixaria supor.
O desenho pode apresentar-se de forma figurativa, onde a finalidade é representar formas que reproduzem a aparência da realidade. Tanto as naturais quanto as criadas pelo homem. O desenho figurativo pode ocorrer a partir de observação, de memória ou de criação.
Entre os suportes artísticos tradicionais, três deles manifestam-se em duas dimensões: o próprio desenho, a gravura e a pintura. Embora o resultado formal de cada um deles seja bastante diferente (embora o desenho e a gravura sejam similares), a grande diferença entre eles se encontra na técnica envolvida na sua produção.
Um desenho pode ser representativo, abstracto ou simbólico, isto é, pode ser uma imagem fiel daquilo que representa, ou então, provocar sensações, perspectivas e formas. Podemos dividir o acto de desenhar em duas categorias: o artístico e o técnico.
O abstracto, onde a representação gráfica não reproduz nenhuma realidade, e tem como motivo de referência, as formas orgânicas (da natureza) ou geométricas (composição com linhas, planos e/ou sólidos geométricos). Enquanto que o artístico pode ter, como ponto de partida, vários enfoques. Há os que reproduzem o mundo real, outros que revelam a memória do seu autor e ainda os que são propostas originais de novas formas. Vejamos sobre cada uma dessas facetas nos três tópicos a seguir:
1- Desenho de memorização, é realizado de memória. Não estando á nossa vista directa o objecto ou tema fonte de inspiração, enquanto o desenho vai sendo elaborado no papel. A representação gráfica que se expressa através de trazos, formas e elementos da realidade previamente visualizados e posteriormente guardados na memória. A realização deste tipo de desenho depende muito do repertório cultural e da capacidade de observação do desenhador, pois este deve ter em mente todos os detalhes que compõe a imagem que se quer representar.
2- Desenho de observação, é aquele onde utilizamos um modelo real para desenvolver a percepção visual, a capacidade de observação da forma, da luz e dos volumes. Deve ser transportado para o papel atentamente, seguindo todos os detalhes observados. É na maioria das vezes, figurativo, a partir da observação directa de um modelo onde o artista se propõe a transferir para o papel a forma, textura, iluminação, cor e etc, do modelo observado. A utilização de instrumentos de mensuração visual a distância é uma técnica muito antiga, mas também muito útil. Mas, com um pouco de treino, experimentação e cálculos mentais por meio da observação directa também podem proporcionar bons resultados.
3- Desenho Criativo, que apresenta uma configuração original, onde o desenhador pode utilizar-se da imaginação para representar graficamente uma ideia, um sentimento ou uma forma, de maneira abstracta ou figurativa, conforme a sua necessidade de expressão. A expressão artística através do desenho é como uma forma de exteriorizar e comunicar atravessa da sua história e cultura.
O desenho tem sido um meio de manifestação estético e uma linguagem expressiva para o homem desde os tempos pré-históricos. Provavelmente o homem das cavernas, bem antes de se comunicar com palavras, tenha feito isso através de rabiscos. Ainda hoje, quando não conseguimos comunicar-nos verbalmente, tentamos fazê-lo por meio de um desenho.
References:
CHAVES, Dario, JUBRAN, Alexandre. Manual prático de desenho. Editora Tipo. São Paulo, 2002
KANDINSKY, Wassily. Ponto e linha sobre o plano. Martins Fontes. São Paulo, 2001
OLAIO, António. Desenho: percepção e investigação formal. Imprensa da Universidade de Coimbra / Coimbra University Press, 2006
RODRIGUES, Ana Leonor M. Madeira. O que é – Desenho. Quimera.