Tonalidade

Apresentação do conceito de tonalidade, que dominou a composição musical desde o início do século XVII até ao final do século XIX.

Conceito

A tonalidade é um princípio de composição musical baseada na adesão do material sonoro a uma ou mais escalas maiores ou menores. A adesão não é necessariamente rígida (podendo aparecer outras notas) mas, geralmente, reconhece-se a tónica da escala em questão como factor principal para a definição da tonalidade de determinada obra.

Dizer que determinada obra está, por exemplo, na tonalidade de dó maior, não significa que durante a sua duração esta não muda de tonalidade. Significa, sim, que a tonalidade mencionada é a do princípio da obra e aquela que, eventualmente, aparece com maior frequência. A tonalidade inicial também não tem de ser a final.

A tonalidade foi introduzida no princípio do século XVII, à medida que os modos foram gradualmente caindo em desuso. Jean-Philippe Rameau, no «Tratado sobre a Harmonia», fez o primeiro esforço para explicar o conceito. O termo, em si, foi pela primeira vez utilizado em 1810, por Alexandre Choron, no prefácio “Sommaire de l’histoire de la musique” do livro «Dictionnaire historique des musiciens artistes et amateurs» (escrito também por François-Joseph-Marie Favolle).

O conceito manteve supremacia total até ao final do século XIX. No início do século XX, vários compositores que seguiam Schönberg abandonaram o sentido de tonalidade em detrimento da atonalidade.

Funções harmónicas

Mediante a escala, as notas adquirem preponderâncias relativas entre elas, ocupando diferentes graus harmónicos. Estes graus ocupam diferentes funções dentro de uma frase e são aquilo que propiciam diferentes sensações ao ouvinte. Por exemplo, a tónica (I) representa a sensação de final ou repouso; a subdominante (IV) representa a sensação de tensão crescente; a dominante (V) representa a tensão máxima na nota em causa mas, normalmente, também a preparação para o regresso à tónica. De acordo com o musicólogo alemão Hugo Riemann, os graus I, IV e V ocupam uma função primordial dentro da harmonia.

Os graus da escala são designados da seguinte forma:

I – Tónica / II – Sobretónica / III – Mediante / IV – Subdominante / V – Dominante / VI – Sobredomianante / VII – Subtónica ou Sensível (só é sensível em casos específicos)

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