A Ronca é um instrumento musical do tipo membranofone de fricção, muito popular em algumas regiões portuguesas e também noutros países europeus, africanos e sul americanos.
No Alentejo é ainda hoje usada no acompanhamento de canções de Natal ou das Janeiras; em Trás-os-Montes era muito utilizada como acompanhamento do violão, da rabeca e da guitarra nos encontros de taberna; na Beira Baixa era antigamente utilizada num cerimonial de Quaresma, no qual as gentes da aldeia iam com ela a casa das pessoas idosas, cantar e tocar numa cerimónia a que se dava o nome de ‘serração da velha’.
É constituído por um púcaro ou cântaro de barro (um recipiente cilíndrico que serve como caixa de ressonância) cuja boca é tapada com uma membrana de pele de carneiro, de cabra ou ainda bexiga de porco. Por escolha do artesão, a forma do recipiente pode ser mais abaulada (feminina) ou mais direita (masculina) e o seu interior do recipiente é geralmente estriado para melhorar a qualidade sonora. No centro da membrana, a ronca possui um furo pelo qual passa uma cana presa ao conjunto com um cordel que o tocador faz vibrar passando-lhe os dedos previamente humedecidos, provocando desta forma um característico ‘ronco’. A Ronca existe também com outras designações, entre as quais Sarronca, Zamburra e Zambomba.