A música nativista é uma das vertentes brasileiras da música gaúcha, presente no sul da América do Sul: Uruguai, Argentina, Paraguai. O nativismo é a forma como se contam os mitos, histórias, lendas, batalhas, exaltações da natureza e do campo, valores tradicionais do gaúcho brasileiro, um conservadorismo que busca se diferenciar do gauchismo presente nos países de língua espanhola. O nativismo gaúcho se aproxima da literatura parnasiana, devido a sua métrica e melodia, acrescentando influências flamencas, espanholas, indígenas e portuguesas. Algumas características do nativismo precisam ser ressaltadas:
a) O herói, como eu lírico;
b) O cavalo;
c) O Estado do Rio Grande do Sul.
O herói é retratado como alguém que causa alvoroço, mudança, uma ventania em descontrole. Seu melhor representante é o personagem da literatura brasileira criada por Erico Veríssimo, Capitão Rodrigo, na obra: O tempo e o vento. Na musica nativista existem três interpretações que melhor expressam o espirito heroico do homem gaúcho, realizada pelo já falecido Leopoldo Rassier: Veterano, Não podemos se entregá pros home e Sabe Moço. Estas músicas interlaçam os eventos de 200 anos de guerra, aproximadamente, que o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná estiveram envolvidos mantendo as fronteiras do território nacional contra os castelhanos, contrabandistas de gado e criminosos de toda sorte. Por sua vez, o cavalo é o amigo inseparável deste homem brasileiro, se confundindo e mesclado com o homem gaúcho, que quer se portar imponente como um cavalo de raça, superior, nobre e aristocrata. Por fim, o Estado do Rio Grande do Sul se torna objeto de adoração, não pelo contrato constitucional que o obriga a ser vergar diante do restante do país. Mas pelo amor a terra, ao seu húmus, ao pó que o gerou, a uma vida do campo glorificada pela natureza exuberante e um terreno fértil para a boa colheita. A música gaúcha inspira rebeldia, heroísmo e carisma.