A Milonga é uma música nativista do Rio Grande do Sul, mas que se faz presente no Sul da América do Sul, entre eles Uruguai e Argentina. Sua origem é a região de Andaluzia da Espanha, que se deu por volta do ano de 711, sendo influenciada culturalmente pelas invasões árabes e o pensamento judaico. Por sua vez, a imigração dos andaluzes para a América do Sul aconteceu no Império Espanhol, em países da America do Sul como Colômbia, Venezuela, Chile, Argentina, Uruguai e Brasil. É provável que a Milonga tenha por principal característica a integração musical entre os países do Cone-sul: Brasil, Argentina e Uruguai. A Milonga busca a reflexão que o frio nos submete. Existindo, uma Estética do frio, presentes nos países do Cone-sul e na meditação realizada ao tomarmos o Chimarrão frente ao fogo que nos aquece. O violão de sete cordas com o seu dedilhado ou o som do acordeon são suas principais caraterísticas. A Milonga integra, através da música, três grandes países: Brasil, Argentina e Uruguai.
Como exemplo: “Milonga abaixo de mau tempo”, de Luiz Marenco e José Claudio Machado, ou “Milonga para as Missões” com Renato Borghetti e Arthur Bonilla.
Letra: Mauro Moraes
Coisa esquisita a gadaria toda
Penando a dor do mango com o focinho n’água
O campo alagado nos obriga à reza
No ofício de quem leva pra enlutar as mágoas
Olhar triste do gado atravessando o rio
A baba dos cansados afogando a volta
A manha de quem berra no capão do mato
E o brado de quem cerca repontando a tropa
Agarra amigo o laço, enquanto o boi tá vivo
A enchente anda danada, molestando o pasto
Ao passo que descampa a pampa dos mil réis
E a bóia que se come, retrucando o tempo
Aparta no rodeio a solidão local
Pealando mal e mal o que a razão quiser
Amada, me deu saudade
Me fala que a égua tá prenha, que o porco tá gordo
Que o baio anda solto e que toda cuscada, lá em casa, comeu
Coisa mais sem sorte esta peste medonha
Curando os mais bichados, deu febre no gado
Não fosse a chuvarada se metendo a besta
Traria mil cabeças com a bênção do pago
Dei falta da santinha, limpando os pesuelos
E do terço de tento nas preces sinuelas
Logo em seguidinha é semana santa
Vou cego pra barranca e só depois vou vê-la