Conceito
O Fado de Coimbra, ou Canção de Coimbra, é um tipo de fado influenciado pelo folclore urbano da cidade de Coimbra, conhecida como a cidade dos estudantes. Surgiu espontaneamente nesta cidade entre grupos de estudantes que, ao mudarem-se para a cidade para frequentar a universidade, transportavam as suas guitarras portuguesas.
Neste sentido, relaciona-se intimamente com as tradições académicas das cidades universitárias (o fado de Coimbra expandiu-se a outras cidades do país). É interpretado exclusivamente por homens que envergam o traje académico, tradicionalmente durante a noite pelas praças e ruas da cidade. Cantam os amores de estudantes, o amor pela cidade e outras temáticas relacionadas com a condição humana. A batina e as capas negras conferem solenidade ao momento. Tem na serenata a sua expressão artística mais genuína.
O Fado de Coimbra possui o mesmo acompanhamento instrumental do fado tradicional mas este difere na afinação, na medida em que as cordas são afinadas um tom abaixo com o objectivo de proporcionar uma sonoridade mais soturna. A técnica de execução é também diversa de modo a projectar o som dos instrumentos em espaços exteriores.
Momentos históricos do Fado de Coimbra
O primeiro grande momento da canção de Coimbra acontece nos anos 20, com o poeta e cantor Edmundo de Bettencourt como centro da Escola Modernista do género. Notabilizou-se pela composição do fado «Saudades de Coimbra».
O segundo momento toma lugar nos anos 60, influenciado pela conjuntura política do país – o Estado Novo. Surge o canto de intervenção com o importante de contributo de José Afonso e Adriano Correia de Oliveira.
Ainda nos 60, com o poeta e guitarrista Nuno Guimarães, assiste-se ao renovamento da linha mais tradicional do fado de Coimbra, que se reflecte, depois, no canto de José Manuel dos Santos, Mário Soares da Veiga e António Bernardino.
O quarto momento é encabeçado por Luís Goes, herdeiro de Edmundo Bettencourt, que originou a partir de 1967 um novo canto – denominado como Escola Goesiana ou Neo-Modernismo na canção de Coimbra – que influenciará as gerações dos anos 80 e 90.
O ressurgimento da canção de Coimbra a partir de finais dos anos 70 é marcado pela ausência de referências individuais, como até então. Surge o grupo como identidade colectiva do desempenho de todos. Actualmente são vários os grupos de estudantes que entoam o Fado de Coimbra.
References:
Canção de Coimbra – Uma Definição e Quatro Momentos. Em http://www.cm-coimbra.pt/index.php/areas-de-intervencao/cultura/historia-do-fado-de-coimbra/item/188
Coimbra é uma canção. Em http://visao.sapo.pt/actualidade/visaose7e/coimbra-e-uma-cancao=f672061