O conceito
Um concerto de solista é uma forma musical onde um solista é acompanhado por toda a orquestra. Surgiu no período Barroco (1600-1750), como uma forma alternativa ao concerto grosso, popular na época, substituindo o tradicional concertino (um grupo de solistas) pelo único solista.
Esta composição musical, que se baseia num princípio de diálogo, é tipicamente ordenada em três andamentos simétricos: um rápido, um lento e novamente um rápido. Ainda assim, existem muitos concertos que não seguem esta ordem. Os primeiros concertos de solista são atribuídos a Giuseppe Torelli (1658-1709), em 1698.
Durante o período Barroco, Antonio Vivaldi (1678-1741) foi o compositor que mais influenciou esta forma musical e foram os seus concertos a estabelecer a ordenação em três movimentos acima referida. Algumas das suas principais colectâneas de concertos são as seguintes:
- «L’estro Armonico», op.3: contém 12 concertos, para um, dois e quatro violinos (contendo, portanto, tanto concertos grossos como concertos de solista).
- «La Stravaganza», op.4: contém 12 concertos para violino.
- «Il Cimento dell’Armonia e dell’Invenzione», op.8: contém 7 concertos para violino, todos com uma intenção programática, incluindo os quatro agrupados, mais tarde, sob a epígrafe As Quatro Estações.
Modificações ao concerto de solista original
Ao longo do século XVIII foram aparecendo concertos para outros instrumentos, além do violino, que até então permaneceu como o único instrumento solista utilizado: flauta, oboé, violoncelo, trompete, fagote, violoncelo, por exemplo. J.S. Bach (1685-1750) inaugurou o concerto para instrumentos de tecla, compondo 8 concertos para instrumentos de tecla e orquestra de cordas (BWV 1052-59).
Ao contrário do concerto grosso, que desapareceu no final do período Barroco, o concerto de solista foi-se reinventando e permanecendo ao longo das épocas. Por exemplo, o Período Clássico (1750-1810) trouxe o estabelecimento do concerto de solista, que adaptou a forma da sonata a este estilo, além de se assistir à substituição de outros instrumentos de teclas em favor do piano, e, no Romantismo (1810-1900), o objectivo dos concertos passava pela exploração do virtuosismo do solista.