O Cante Alentejano é o género musical tradicional do Alentejo. O cante passa por ser um canto coral com duas vozes solistas (ponto e alto) que alternam com um coro, no qual também acabam por fazer parte. As estrofes repetem-se num ciclo, que acaba por ser repetido o número de vezes que os cantores desejarem. Esta repetição, bem como o cantar lento e a existência de muitas pausas fazem com que este cante seja conhecido pela sua monotonia.
A temática das canções, cantadas por grupos de homens ou de mulheres, são normalmente tristes. Neste tipo de músicas dá-se a conhecer o que vai na alma, a melancolia, o amor, as saudades, as recordações da terra onde se nasceu e as vontades. No entanto, também existe a possibilidade de o cante ser alegre, podendo muitas vezes existir canções irónicas ou humorísticas.
Apesar de este cante existir já há séculos, a origem do mesmo é incerta, podendo ser inspirado pelo canto gregoriano ou pelo canto árabe. Esta tradição foi passada pelos camponeses ao longo de gerações, enquanto os mesmos trabalhavam nos campos do Alentejo, se reuniam para descontrair ou se juntavam para cantar em público nas arruadas. Em casa, era cantado maioritariamente pelas mulheres.
Atualmente, embora cada vez com menos frequência, o cante alentejano ainda se ouve em associações, cafés e tabernas, existindo também grupos oficiais que se reúnem frequentemente para ensaiar o repertório para apresentar em concursos, festas e feiras.
O reconhecimento do Cante Alentejano como Património Mundial Imaterial da Humanidade por parte da UNESCO sucedeu no final de 2014. Esta distinção acabou por honrar não só o Alentejo mas também Portugal, pouco depois do Fado ter ganho o mesmo reconhecimento.
