Conceito
O termo de origem espanhola alborada, ou aubade (em português, alvorada), designa um tipo de música matutina, em teoria iniciada à primeira luz do dia e tocada durante todo o alvorecer, caracterizada por uma grande liberdade rítmica. O seu objectivo é celebrar a manhã ou alguém, um pouco à semelhança da serenata, sendo que esta é tocada, por oposição, ao anoitecer. Nos séculos XVII e XVIII, as alboradas eram executadas para honrar a realeza. Evidentemente, com o passar do tempo, passou a referir-se a qualquer obra composta naquele estilo, com intenções mais abstractas.
Algumas fontes indicam que o predecessor da alborada será a alba, um tipo de canção trovadoresca dos séculos XI e XII, no sul francês, que lamentava a despedida dos amantes ao início da manhã ou “o aviso” de algum guarda para com estes amantes que se despediam. Alguns exemplos deste tipo de canção incluem «Reis glorios» de Giraut de Bornelh e a composição de autoria anónima «Gaite de la tor». Os trovadores alemães, conhecidos como minnesingers, também usaram a forma, chamando-a de tagelied (canção do dia).
No final do século XIX e princípio do século XX observa-se uma predilecção por esta forma. Exemplos notórios são o segundo acto da ópera «Tristão e Isolda», de Wagner, a alborada do «Capricho Espanhol» de Rimsky-Korsakov, e a «Alborada del gracioso», parte da suite para piano «Os espelhos» de Ravel. Destacam-se ainda as alboradas dos compositores franceses Bizet, Lalo e Poulenc.