Tolkien foi um renomado e premiado escritor, cujas obras mais famosas são a trilogia “O senhor dos anéis” e “O hobbit”. Além da carreira literária, J.R.R. Tolkien, como é mais conhecido mundialmente, foi também professor universitário e filólogo. Ele conquistou o título de Doutor em Letras, em 1954, e em 1972 foi nomeado Comandante da Ordem do Império Britânico, pela Rainha Elizabeth II.
Ao contrário do que muitas pessoas pensam, Tolkien não era inglês. Ele nasceu em 3 de janeiro de 1892, na cidade de Bloemfontein, na atual África do Sul. A família, que era britânica, foi da Inglaterra para o continente africano devido ao emprego do pai de Tolkien, Arthur, que era bancário no Bank of Africa.
Em 1896, a mãe, Mabel, Tolkien e o irmão mais novo, Hilary, foram para a Inglaterra por pouco tempo, para tratarem da saúde. No entanto eles não voltaram para a África do Sul. Arthur Tolkien faleceu no mesmo ano, devido a uma febre reumática, e foi enterrado no continente africano, sem ter se reunido a sua família.
Tolkien: um amante dos idiomas
Desde a infância, Tolkien demonstrava uma paixão imensa pelo estudo das línguas. Fascinava-se pelo galês, que lia em caminhões de carvão que passavam por onde morava. Com algumas primas criou um idioma simples, chamado Nevbosh, uma mistura de várias línguas. Mais tarde, ainda na adolescência, criou um idioma mais complexo, o Naffarin, baseado no espanhol.
Tolkien tornou-se aluno de literatura clássica em 1910, pela Universidade de Oxford, mas desinteressou-se pelo curso. Ele apreciava muito mais a filologia, o que o fez transferir-se para Honour School of English Language and Literature, onde estudou filologia germânica. Tolkien interessava-se também pelo grego, latim e espanhol, em que era fluente. Mas foi ao conhecer o finlandês que sua vida literária e seu legado começaram a ser construídos.
A paixão de Tolkien por idiomas foi a responsável por criar o mundo que o tornou famoso. Ele acreditava que antes vinha a palavra, depois a história. Dessa forma, criou duas línguas élficas chamadas Quenya e Sindarin, com alfabetos e estruturas linguísticas completas e complexas. Mas como ele poderia fazer com que essas línguas fossem faladas senão criar uma narrativa em torno delas? Assim, surgiu a Terra-Média e suas histórias e lendas.
“Num buraco no chão havia um hobbit…”
Tolkien começou a mostrar ao mundo a Terra-Média em 1937, com a publicação de “O hobbit“. De acordo com o próprio escritor, a ideia para a famosa história de Bilbo Baggins surgiu quando Tolkien, então professor universitário, examinava documentos de alunos que queriam ingressar na universidade. Nesse instante, surgiu-lhe a primeira frase do livro, que deu início a uma série de livros de sucesso: “Num buraco no chão vivia um hobbit…”
O sucesso de “O hobbit” fez com que a editora de Tolkien pedisse mais narrativas sobre a Terra-Média. Tolkien ofereceu a seu editor “O Silmarillion”, sua obra mais importante e amada, apesar de não ser tão popular, mas o editor a considerou muito complexa para publicar. Tolkien não desistiu de suas histórias e continuou a escrever sobre a Terra-Média. Doze anos depois, após trabalho minucioso, ele revela ao mundo sua obra-prima: “O senhor dos anéis“.
Somente em 1949 a obra foi parar aos cuidados dos editores, no entanto houve desentendimentos entre o autor e a editora, o que atrasou a publicação da obra em cinco anos. Originalmente, “O Senhor dos anéis” deveria ser publicado em um volume único. Para baratear os custos, “A sociedade do anel” e “As duas torres”, os dois primeiros volumes, foram publicados em 1954; já “O retorno do rei”, último livro da trilogia, chegou aos leitores um ano depois.
J.R.R.Tolkien é considerado o pai da literatura de fantasia. O seu Mundo secundário, como chamava a Terra-Média, é um marco na cultura pop mundial. Além de as obras terem vendido mais de 50 milhões de unidades em todo o mundo, seu legado teve um impacto imenso em outras áreas do entretenimento. Seus dois livros mais famosos foram levados ao cinema em duas trilogias, e mais recentemente foi anunciada uma série de TV de “O senhor dos anéis“. Mesmo quarenta e quatro anos após sua morte, em 1973, Tolkien continua a encantar e a conquistar leitores ao redor do globo.
References:
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