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Minimal Art ou também conhecido por minimalismo, se refere a uma tendência das artes visuais, estilo artístico que surgiu nos Estados Unidos da América no fim dos anos 1950 e início dos 1960, principalmente em Nova Iorque e Los Angeles. Surgiu como uma reacção à extrema subjectividade e emotividade do expressionismo abstracto dos anos 50 e foi influenciada pelo Construtivismo Russo, pela Vanguarda russa e pelo Modernismo, movimentos esses, que marcaram as mudanças do eixo artístico mundial da Europa para os Estados Unidos.
A palavra minimalismo foi pela primeira vez apresentada como um termo de arte em 1937 por John Graham, um artista americano de origem russa, no entanto, o pioneiro a utilizar a palavra minimalismo num artigo em 1927, foi David Burliuk quem, escreveu sobre o trabalho de John Graham. Mas foi com o artigo de um filósofo britânico, Richard Wollheim, publicado em 1966 e intitulado “Minimal Art “, que o termo entrou no discurso crítico e panorama artístico.
A minimal art, tal como o construtivismo, privilegia o racionalismo e o pensamento matemático. Rejeita o lirismo, a subjectividade e os interesses sociológicos exteriores, volta-se sobre si mesmo e sobre a sua própria análise. O movimento foi uma reacção à prolongada obsessão americana pela individualidade, que estava esgotada com a constante luta entre as liberdades de cada um e as exigências da sociedade. A arte deixa de ser expressão do sujeito, para ser a força através da qual a mente impunha ordem e racionalidade às coisas.
O princípio básico deste estilo artístico pode ser resumido com a frase “Menos é mais”, que se assemelha ao nome de um dos quadros de Frank Stella: More or Less, de 1964.
Estética e formalmente, a Minimal Art caracteriza-se pela simplicidade estrutural e formal, utiliza um método conceptual de composição racionalmente desenvolvido que consiste em disposições simples de unidades idênticas, utilizando com frequência formas modulares, de inspiração matemática e geométricas, com grelhas ou repetições que podem prolongar-se infinitamente.
Pelo seu carácter «anti-formal», a simplificação extrema das estruturas e ausência de reflexo pessoal, a arte minimal teve uma influência considerável na arte conceptual, onde a imagem cede lugar a uma representação textual.
A Minimal Art enfatiza formas elementares, recusando acentos ilusionistas e metafóricos. O objecto de arte, preferencialmente localizado no terreno ambíguo entre pintura e escultura, não esconde conteúdos intrínsecos ou sentidos ocultos. A sua verdade está na realidade física com que se expõe aos olhos do observador, cujo ponto de vista é fundamental para a apreensão da obra, despida de efeitos decorativos e/ou expressivos.
A Minimal Art é considerada, assim, uma arte “limpa” por desfazer-se dos elementos excessivos no processo de produção, reduzindo a obra de arte a um objecto puro e completamente inteligível, concebido na mente dos artistas antes de ser produzida.
Esteticamente, esse novo movimento trouxe muitas inovações e ao mesmo tempo sofreu duras críticas por sua “técnica” de produção. Na pintura e na escultura, passa-se a utilizar materiais industriais para compor os objectos, como ferro galvanizado, aço laminado a frio, cubos de poliestireno, chapas de cobre, tubos fluorescentes, tinta industrial, concreto e outros tipos de insumos. Além disso, o artista se retira do processo de produção da obra, actuando no papel de idealizador de um projecto, onde a finalização dela como produto é responsabilidade de terceiros.
Um dos exemplos mais claro da ausência do artista é a obra intitulada “Die”, de Tony Smith. A obra foi originalmente idealizada em 1962, mas o objecto projectado pelo artista só foi produzido em 1998, após a sua morte, sob uma encomenda da viúva do escultor e um arquitecto, e consiste pura e simplesmente em um cubo de aço que hoje está exposto no MoMA, em Nova Iorque.
Por este motivo, a Minimal Art durante algum tempo não foi considerada como arte, por ser considerada como uma arte vazia de significado e inovação plástica. Mas essa opinião foi revocada em Outubro de 1965, a partir de uma publicação da crítica e historiadora de arte Barbara Rose, intitulada ABC Art, publicada na revista Art In America. Nessa publicação, Barbara explica e define o conceito da Minimal Art fazendo referência às obras de Duchamp e principalmente á obra de Malevich e ao suprematismo.
A Minimal Art operou mudanças decisivas na pintura, com nomes como o de Ad Reinhardt, e na escultura, com Sol LeWitt, Lary Bell, John McCracken, Tony Smith, Donald Judd, Robert Morris, Carl Andre e Dan Flavin. Mas a sua influencia era tão grande e as suas características estéticas tão fortes que passam a influenciar também outros ramos das artes, como a música, a dança e o design contemporâneo, seja ele o design de interiores ou até mesmo o design gráfico e seus elementos de composição.
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