Nome | Adolfo Correia da Rocha |
Pseudónimo | Miguel Torga |
Nascimento | 12 de Agosto de 1907, Vila Real, São Martinho de Anta |
Morte | 17 de Janeiro de 1995 |
Filiação | Francisco Correia da Rocha e Maria de Conceição de Barros |
Cônjuge | Andrée Crabbé (1940) |
Descendência | Clara Rocha |
Profissão | Médico, Poeta, Escritor |
Principais Obras | Rampa, Traço de União, A criação do mundo |
Miguel Torga, é o pseudónimo de Adolfo Correia da Rocha, autor Português nascido em 12 de Agosto de 1907 em Vila Real, e foi um
dos mais influentes autores do século XX. O nome Miguel Torga surge aos 27 anos, como homenagem a alguns autores ibéricos, Miguel de Cervantes e Miguel de Unamuno são os homenageados com o nome Miguel e Torga, é uma homenagem a uma planta bravia da montanha, com um caule rectilíneo. Filho de um casal humilde, da aldeia de Sabrosa, nasce em Agosto de 1907, sendo o seu pai Francisco Correia da Rocha e a sua mãe Maria de Conceição de Barros. Aos 10 anos, já durante a Primeira Guerra Mundial, vai viver para uma casa no Porto, de familiares onde serve de porteiro, moço de recados, limpava o pó, polia os metais da escadaria nobre e atendia campainhas. Em vista da sua personalidade insubmissa, foi despedido passado um ano. Mas foi o ano de 1918 um dos mais cruciais da sua vida. Foi estudar para o seminário em Lamego, e aí desenvolveu conhecimento por letras, inclusive Latim, e aumentou o seu conhecimento dos Escritos Sagrados. No entanto, comunicou ao seu pai que não tinha interesse em ser Padre.
Decidiu, aos 13 anos, emigrar e o destino foi o Brasil, isto no ano de 1920. Ao chegar a Minas Gerais trabalha na fazenda de café de um tio. Este, vai se apercebendo do potencial e inteligência de Adolfo Rocha e decide, ao fim de quatro anos, patrocinar-lhe o liceu no Brasil. Visto que se forma com distinção e tem o desejo de se doutorar em Coimbra, o seu tio patrocina o seu retorno a Portugal como agradecimento pelos anos de serviço. Em 1928, ano em que entra na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, publica também a sua primeira obra, Ansiedade, um livro de poemas. É nesta altura que começa a colaborar com algumas revistas, e começa a manifestar o seu espírito independente e crítico. Toda a sua obra revelam a sua rebeldia contra as injustiças e o seu inconformismo diante dos abusos de poder. Num Portugal fascista essa sua luta é ainda mais importante, segundo o que o próprio acha. Nos seus escritos reflete também as suas origens aldeãs e humildes, mas também a vasta experiência médica e o contacto com as pessoas pobres, além de uma profunda impressão que a adolescência passada no Brasil lhe trouxeram. Este homem distinto produz uma obra que é única e que inclusive chega a ser censurada pelo governo quer espanhol, quer português. Chegou inclusive a estar preso por ter uma visão política diferenciada da que ocorria na Península Ibérica. O ano de 1934 é mítico, porque é aqui que assina Miguel Torga pela primeira vez, com o livro A Terceira Voz.
Uma área em que não deixava de falar, era sobre as praxes académicas e os trajes. Era um acérrimo crítico das mesmas. Inclusive, a capa e a batina estudantil foi apelidada por Torga de farda. É na cidade de Leiria que assenta praça, e é aqui que exerce Medicina, curso que tinha terminado em 1933, e também escreve grande parte dos seus romances. O período que habita em Leiria de 1939 a 1942 é de grande estabilidade e criatividade. Foi em Trás-os-Montes porém, que começou a exercer, e é esta região, a inspiração para grande parte da sua obra. Divide o seu tempo entre a clínica de otorrinolaringologia e a escrita.
Depois da Revolução dos cravos, Miguel Torga surge como apoiante de Ramalho Eanes, no entanto, a sua aversão aos holofotes, fizeram com que fosse sempre modesto e poucas vezes aparecesse publicamente. Ao todo, durante as seis décadas de atividade como escritor, publicou mais de seis dezenas de livros, entre prosa e poesia. Entretanto, em 1940, casou-se com uma estudante belga, de nome Andrée Crabbé, do qual teve uma filha, de nome Clara Rocha. A sua esposa viria a traduzir algumas obras suas para o francês.
Miguel Torga, sofria de cancro, que levou à sua morte em Janeiro de 1955. O seu último trabalho foi em 1993. Em São Martinho de Anta, na sua campa, está plantada uma torga, em sua homenagem.
Toda a sua obra revela a sua visão humanista da vida. Na sua obra ele revolta-se contra a divindade e demonstra que o homem é que é o criador de tudo, e que é através do seu trabalho que as coisas são postas em evidência.