Jorge Cândido de Sena (1919 – 1978) foi um ilustre poeta, ensaísta e crítico português. Grande erudito e notável tradutor de poesia, deixou-nos um legado inigualável marcado, sobretudo, pela reflexão da liberdade humana e pelos diálogos de cunho existencial.
Depois de ter feito o ensino secundário, ingressou na Escola Naval, onde foi cadete, mas não foi aí que concluiu os seus estudos. Formou-se, depois, em Engenharia Civil no Porto, em 1954, e doutorou-se em Letras dez anos depois.
Foi ainda durante os seus estudos que Jorge de Sena publicou os seus primeiros poemas no «Presença», mas só a partir da década de 40 é que o seu nome conheceu notoriedade. Em 1924 foi publicada a sua primeira obra poética, intitulada «Peregrinação», juntamente com ensaios e críticas literárias na revista «Seara Nova».
Nos anos 50 foram publicadas algumas das suas obras poéticas mais aclamadas, como é o caso de «Metamorfoses».
De espírito inconformado, não compactuando com o regime autoritário de Salazar, Jorge de Sena optou por se exilar no Brasil, onde lecionou em várias universidades, não deixando, todavia, de redigir denúncias do sistema totalitário.
Em 1960 foi publicada a sua primeira coletânea de contos, «Andanças do Demónio» e, poucos anos depois, fixou-se nos Estados Unidos da América, lecionando na Universidade de Wisconsin.
Após o 25 de Abril recebeu várias homenagens, nacionais e internacionais como, por exemplo, um prémio para o melhor poeta estrangeiro, em Itália.
Já após a sua morte, foi publicado o seu único romance, «Sinais de Fogo» (1979) que retrata o Portugal do Estado Novo e a guerra civil espanhola.
