António de Oliveira Salazar

Biografia de António de Oliveira Salazar

António de Oliveira Salazar foi um político português, o homem responsável por impor ao país uma ditadura de extrema-direita durante mais de 40 anos.

Natural de Santa Comba Dão, Salazar nasceu a 28 de abril de 1889 no seio de uma família modesta. Depois de uma educação marcada significativamente pelo catolicismo, no Seminário Diocesano de Viseu, formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Em 1918, integrou o corpo docente dessa mesma instituição, lecionando Ciências Económicas.

Dois anos depois, em 1921, foi eleito deputado pelo Cento Católico, o que assinala o seu ingresso na vida política. No entanto, renunciou ao mandato após um único dia de exercício, declarando-se adversário do parlamentarismo.

Cinco anos depois, apoiou o golpe de Estado do marechal Gomes da Costa, a 28 de maio de 1926, e foi chamado para a pasta das Finanças em 1928, cargo que, na verdade, só aceitou após lhe ter sido garantido que seria o único a autorizar despesas. De facto, levou a cabo uma reforma orçamental de tal modo eficaz, que conseguiu apresentar um saldo positivo e, neste sentido, dar resposta à crise económica que o país atravessava. Estas medidas, que lhe deram prestígio, abriram o caminho para ascender a Presidente do Conselho em 1932, por nomeação do Presidente da República, general Óscar Carmona.

Logo no ano seguinte, em 1933, Salazar faz aprovar uma nova Constituição, adotada após plebiscito, pela qual se institui o regime do Estado Novo. Este regime fora concebido segundo moldes corporativos, em tudo semelhante aos fascios italianos de Mussolini, sendo que uma das primeiras medidas consistiu na criação da PVDE (Polícia de Vigilância e Defesa do Estado).

Em 1936, Salazar já detinha outras pastas ministeriais, como as da Guerra e dos Negócios Estrangeiros.

Durante a II Guerra Mundial, apoiou os regimes de Hitler e Mussolini, ao mesmo tempo que autorizava os Aliados a estabelecerem uma base nos Açores.

Aquando do término da guerra, o triunfo das democracias tornou ainda mais obsoleto o regime ditatorial que Salazar instaurara, o que acentuou o seu isolamento a nível internacional. Relativamente ao plano interno, foi obrigado a reforçar o seu aparelho opressivo com a PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado) para fazer face à oposição crescente das várias camadas da população.

Em relação às colónias portuguesas do Ultramar, Salazar contrariou a resolução da ONU quanto à autodeterminação e independência dos povos africanos e enunciou que elas faziam parte do território nacional e, como tal, seria impensável negociar a sua separação da metrópole com os movimentos armados de libertação, nos quais se lutava pela independência em Angola, ou Moçambique.

Portugal, encontrava-se, assim, envolvido numa guerra colonial interminável e com várias frentes, absorvendo 45% do seu orçamento e encontrando-se totalmente isolado a nível internacional.

Durante o período do seu governo, o país conheceu um longo período de estagnação industrial e, em 1961, assistiu-se a um significativo surto de emigração.

No dia 3 de agosto de 1969, Salazar caiu de uma cadeira após sofrer um acidente cardiovascular, o que o impossibilitou de continuar a assumir as suas funções. Marcello Caetano foi, então, chamado para ocupar o seu cargo.

António de Oliveira Salazar ainda sobreviveu mais dois anos, vindo a falecer, quase solitário, a 27 de julho de 1970.

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