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A epopeia é um género narrativo, em verso, destinado a “cantar” num estilo elevado e sublime as façanhas e os feitos gloriosos de figuras heroicas ou factos memoráveis do coletivo real, ou até mesmo mítico, de um determinado povo. Entrelaçam-se, deste modo, os planos do maravilhoso, da lenda, da mitologia e da realidade.
Na epopeia, as personagens são elevadas ao estatuto de herói, atingindo, neste sentido, uma feição mítica e tornando-se símbolos de gestos, sentimentos, sonhos e atitudes morais ou sociais grandiosas.
No que diz respeito às suas origens, este género remonta já aos tempos da Antiguidade, tendo sido cultivado pelos mais variados povos. Sabe-se, hoje em dia, que a epopeia é anterior àquelas oriundas da Grécia Antiga, como provam os poemas épicos de cariz religioso indiano intitulados «Mahabharata» ou «Ramaiana».
Relativamente à cultura ocidental, foi Homero, ainda antes de Cristo, quem primeiro fez jus a este género com as suas «Ilíada» e «Odisseia». Depois, a mais bela epopeia romana, intitulada “Eneida”, foi redigida por Virgílio.
Em Portugal, uns séculos mais tarde, mais precisamente no século XVI, Luís de Camões imortalizou este género ao celebrar os heróis dos Descobrimentos com uma mestria inigualável.
De entre outros exemplos que contemplam este género, podem citar-se a “Divina Comédia”, redigida por Dante no século XIV, ou «Orlando Furioso» redigido por Ludovico no século XVI.
References:
Pais, Amélia Pinto. História da Literatura em Portugal. Uma perspetiva didática, vol. 1, Porto: Areal Editores, 2004
