Don Juan diz respeito a uma personagem semilendária, natural de Sevilha, que, nas suas múltiplas representações artísticas, sobretudo em obras musicais e literárias, acabou por encarnar o tipo de galante rico, orgulhoso, sem escrúpulos, libertino e aventureiro, por quem inúmeras mulheres se apaixonam perdidamente.
A sua estreia enquanto personalidade literária verificou-se no século XVII, mais precisamente na tragédia El Burlador de Sevilla, da autoria do dramaturgo Tirso de Molina. Desde modo, o autor acabou por catapultar a personagem para o conhecimento popular. Assim, ainda no mesmo século, Don Juan mereceu também a atenção por parte de Molière, que escreveu Dom Juan ou le Festin de Pierre. Outros nomes como Alexandre Dumas, Jane Austen ou Lord Byron inspiraram-se nesta personagem peculiar, mas foi José Zorrilla y Moral, com a sua obra Don Juan Tenorio, quem imprimiu tamanha notoriedade a Don Juan, que este tornou-se para o público num nome tão familiar quanto Dom Quixote, Hamlet, ou Fausto.
No que diz respeito à música, a sua lenda continuou a fazer-se ouvir nas composições de Mozart, ou Strauss. Em Portugal, foi Guerra Junqueiro quem lhe deu mais atenção e na sétima arte, a sua lenda continuou a viver, por exemplo, no filme The Devil’s Eye, de Ingmar Bergman.