A «Divina Comédia» é um longo poema alegórico, redigido pelo italiano Dante Alighieri no século XIV durante o seu exílio. Considerada uma obra-prima da literatura mundial, esta «Comédia» 1 oferece aos leitores não só uma experiência poética riquíssima imbuída em simbolismo, mas também a possibilidade de perceber o pensamento humano e cristão da Idade Média, assim como os ideais filosóficos e morais do próprio autor.
Constituída por três partes essenciais, a saber, o «Inferno», o «Purgatório» e o «Paraíso», sendo que, por sua vez, cada uma se divide em 33 cantos compostos em tercetos, a «Divina Comédia» descreve uma viagem imaginária percorrida pelo próprio Dante, que atravessa os três reinos do além-túmulo. Nesta viagem, que se inicia numa Sexta-feira Santa e termina poucos dias depois do domingo de Páscoa, Dante é guiado primeiramente por Virgílio, que representa a razão, pelos nove círculos do Inferno e pelo Purgatório, depois, já no Paraíso, pela bela Beatriz, que representa a razão e a teologia, e, por fim, por São Bernardo, o representante das vias contemplativas.
A obra mergulha, assim, em questões fundamentais e intemporais como a vida e a morte, as origens do mal, ou as consequências morais do comportamento humano, o que a torna absolutamente relevante ainda no século XXI.
1 O título original da obra não compreendia, na verdade, o adjetivo “divina”. Este foi acrescentado mais tarde, no século XVI.