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A enumeração é um recurso expressivo que consiste na acumulação sucessiva de determinados vocábulos, regra geral, da mesma categoria gramatical que, portanto, mantêm entre si uma correlação lógica ou semântica.
Neste sentido, a enumeração visa produzir um efeito de intensificação, ou de profusão, já que, normalmente, traduz uma ideia de quantidade. Pode, até mesmo, oferecer o efeito de que a realidade, interior ou exterior, se amplia.
Muitas vezes introduzido por dois-pontos (:), este recurso expressivo está também ao serviço dos autores para descrever partes de um todo. No entanto, quando as enumerações são exaustivas, designam-se “listas”, ou “inventários”.
Exemplos de enumerações:
“ […] Calisto, como bom filho, renunciou à carreira das letras, deu-se ao governo do casal algum tanto, e muito à leitura de copiosa livraria, parte de seus avós paternos, e a maior parte dos doutores em cânones, cónegos, desembargadores do eclesiástico, catedráticos, chantres, arcediagos e bispos […] ”. Camilo Castelo Branco in «A Queda dum Anjo»
“ A faia, o freixo, o álamo, entrelaçam os ramos amigos; […] a congossa, os fetos, a malva-rosa do valado vestem e alcatifam o chão.” Almeida Garrett in «Viagens na Minha Terra»
Nota: não confundir a enumeração com a adjetivação, nem com a gradação, dado que a primeira consiste numa apresentação sucessiva de vários adjetivos e a segunda em encadear palavras ou expressões numa ordem progressiva (ascendente), ou regressiva (descendente).