Quem foi Oscar Niemeyer
Oscar Niemeyer, foi o arquitecto brasileiro de maior projecção mundial, um dos personagens mais influentes da arquitectura moderna mundial, com uma trajectória profissional brilhante, criando obras arquitectónicas de grande valor simbólico no Brasil e fora dele, com mais de 600 projectos em todo o mundo.
O estilo de Niemeyer é marcado pela sua preferência pelas curvas, já que a maioria dos edifícios assinados por ele,parecem que esculpem formas curvilíneas através do betão. Niemeyer, com a sua arquitectura livre, permitiu que o betão armado criasse pela primeira vez formas verdadeiramente plásticas, gerando uma nova espacialidade para um novo Brasil.
“Não é a linha recta, dura e inflexível, feita pelo homem, que me atrai. O que me chama a atenção é a curva livre e sensual. A curva que encontro nas montanhas do meu país, nas margens dos seus rios, nas nuvens do céu e nas ondas do mar. O universo está cheio de curvas, um universo de Einstein.” – Oscar Niemeyer
Niemeyer segue uma linha directa. Simplifica a construção; concentra-se na criação de um espaço radioso. Criando uma linguagem de puro gozo dá à arquitectura moderna uma dimensão erótica, lúdica e popular, às vezes quase kitsch.
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Oscar Niemeyer(1929-2012)
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Oscar Niemeyer nasceu no bairro de Laranjeiras, no Rio de Janeiro, no dia 15 de Dezembro de 1907, no seio de uma família modesta, filho de funcionário público. Passou toda a sua juventude como qualquer outro jovem carioca da época, sem preocupações e relaxado. Só terminou o ensino secundário, já com 21 anos, mesma idade com que se casou com Annita Baldo.
Em 1929, matricula-se na Escola Nacional de Belas Artes no Rio de Janeiro, onde formou-se como engenheiro arquitecto, em 1934.
Em 1935, Niemeyer inicia a sua vida profissional, como estagiário junto a Lúcio Costa e Le Corbusier no projecto do novo edifício do Ministério da Educação, o Palácio Gustavo Capanema. O seu primeiro grande projecto individual, e que lhe assegurou renome no Brasil e no mundo foi o complexo da Pampulha, em Belo Horizonte.
Aos 33 anos, Niemeyer desenhou em Belo Horizonte, Minas Gerais, uma série de prédios a convite de Kubitschek, mais tarde conhecidos como o Conjunto da Pampulha. A sua construção ficou concluída em 1943 e por ele, recebeu muitas críticas e admiração, tanto nacionais como internacionais, conseguindo a primeira exposição internacional do seu trabalho.
Logo após a Segunda Guerra Mundial, em 1947, a ONU resolveu erguer uma sede em Nova Iorque. E em vez de anunciar um concurso para o projecto do complexo, preferiu montar uma equipe de arquitectos de diversos países para a composição do projecto. O arquitecto americano Wallace Harrison foi o director do projecto e a equipa de arquitectos era composta por: N.D. Bassov (União Soviética), Gaston Brunfaut (Bélgica), Ernest Cormier (Canadá), Le Corbusier (França/Suíça), Liang Ssu-cheng (China), Sven Markelius (Suécia), OscarNiemeyer (Brasil), Howard Robertson (Reino Unido), G.A. Soilleux (Austrália) e Julio Villamajo (Uruguai). No final o comité apreciou 50 estudos diferentes antes de chegar a uma decisão e o desenho final aprovado, derivou de uma proposta de Niemeyer/Corbusier.
Em 1949, é condecorado com o título de “Membro Honorário da Academia Americana de Artes e Ciências”. E dois anos depois, Niemeyer desenvolve os projectos do Conjunto do Ibirapuera e o edifício Copan, em São Paulo (que se tornou um símbolo da cidade).
Em 1954 viajou para a Europa com o intuito de participar no projecto de reconstrução da cidade de Berlim, na Alemanha. No mesmo ano, trabalha no projecto do Museu de Arte Moderna de Caracas, na Venezuela.
Em 1956, a convite do então Presidente da República, Niemeyer realiza vários projectos para a cidade de Brasília, a nova capital do Brasil. Entre eles o Palácio da Alvorada, o Palácio do Planalto, o Itamaraty, o Congresso Nacional, a Catedral, a Praça dos Três Poderes, o Superior Tribunal Federal e o Teatro Nacional. A nova capital do Brasil foi inaugurada no dia 21 de Abril de 1960.
Em 1963, durante a Guerra Fria, é nomeado membro honorário do Instituto Americano de Arquitectos dos Estados Unidos e ganha o prémio Lênin em favor da paz. No ano seguinte Niemeyer é surpreendido, em Israel, pela notícia do golpe militar no Brasil. Quando volta ao Brasil, passa por um período delicado, acabando por exilar-se em Paris, onde abre um escritório na renomada Avenida Champs-Élysées e consegue clientes de todas as partes do mundo.
Em 1972, realiza importantes obras públicas. A Casa da Cultura de Le Havre é inaugurada em 1982, em França e o seu conjunto arquitectónico, representa uma das obras mais escultóricas de Niemeyer, relacionando a plasticamente os grandes edifícios.
Nos anos 80, quando volta ao Brasil consegue diversos projectos, entre eles, o Memorial Juscelino Kubitschek e o sambódromo do Rio de Janeiro.
Em 1988 recebeu o “Prémio Pritzker de Arquitectura” e no ano seguinte recebeu o “Prémio Príncipe de Astúrias”, na categoria Artes, da Fundação Principado de Astúrias, em Espanha.
Na década seguinte, em 1991, com 84 anos, desenvolve o projecto do MAC – Museu de Arte Contemporânea de Niterói, considerado por muitos como a sua obra-prima. Um projecto revolucionário inserido no cenário das montanhas do entorno da Baía de Guanabara, numa arquitectura que combina harmoniosamente, com uma base servindo de pedestal para a pesada escultura de betão, que parece levitar.
Em 1996, recebeu o Prémio Leão de Ouro da Bienal de Veneza.
Em 1999 inaugura o Auditório do Ibirapuera, em São Paulo, e o Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba.
Casado com Anita Baldo, durante 76 anos, fica viúvo em 4 de Outubro de 2004. E em 2006, casa-se com sua secretária Vera Lúcia Cabreira.
Em 2007 é comemorado seu centenário. Recebe a Medalha do Mérito Cultural do Brasil. No ano seguinte, com 98 anos casa-se novamente com Vera Lúcia G. Niemeyer. Em 2012, morre sua única filha, Anna Maria Niemeyer. No mesmo ano, Oscar Niemeyer morreu a 5 de Dezembro de 2012, aos 104 anos. É considerado um dos maiores nomes da arquitectura moderna internacional.
References:
http://www.museuoscarniemeyer.org
BILL, Max. O arquiteto, a arquitetura, a sociedade. In: XAVIER, Alberto (org.). Depoimento de uma geração: arquitetura moderna brasileira. São Paulo: Cosac & Naify, 2003
CORREA,Marcos Sa. Oscar Niemeyer. Nova Fronteira, 2005
NIEMEYER, Oscar. As Curvas do Tempo: memórias. Rio de Janeiro: Revan, 2000
PEDROSA, Mário. A Arquitetura moderna no Brasil. In: XAVIER, Alberto (org.). Depoimento de uma geração: arquitetura moderna brasileira. São Paulo: Cosac & Naify, 2003
PUPPI, Lionello. A arquitetura de Oscar Niemeyer. Editora Revan, 1988
UNDERWOOD, David. Oscar Niemeyer E O Modernismo de Formas Livres No Brasil. Cosac & Naify, 2003
SODRÉ, Nélson Werneck. Oscar Niemeyer. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1978