Quem foi Mies Van der Rohe
Conhecido como o mestre do minimalismo na arquitectura, Ludwig Mies Van der Rohe ou simplesmente Mies Van der Rohe, é considerado um dos principais nomes da arquitectura do século XX, sendo geralmente colocado ao mesmo nível de Le Corbusier e Frank Lloyd Wright.
“Menos é mais”. Quantas vezes já ouviram esta frase? Sabias que foi o arquitecto Mies van der Rohequem a disse e que é considerado, o mestre do minimalismo, ajudando a criar um estilo de arquitectura, característico do século XX: com muita luz e simplicidade, aço industrial e vidro temperado, espaços abertos e sem obstáculos.
Mies Van der Rohe foi professor da Bauhaus e um dos criadores do que ficou conhecido como o International Style, onde deixou uma marca de uma arquitectura que prima pelo racionalismo, pela utilização de uma geometria clara e pela sofisticação do minimal.
.……
Mies Van der Rohe(1835 – 1926)
|
|||||||||||||||||||
|
|
||||||||||||||||||
. | |||||||||||||||||||
. |
|
. | |||||||||||||||||
. | Importante: Clique para comentar ou colocar questões sobre este tema >>> |
.……
Ludwig Mies van der Rohe nasceu em Aachen, na Alemanha, no dia 27 de Março de 1886. Trabalhou durante durante toda a sua adolescência com o pai, na construção civil.
Em 1905 mudou-se para Berlim para colaborar com Bruno Paul e Peter Behrens, onde conheceu e interagiu com Walter Gropius e Le Corbusier, guiando-o ao uso de técnicas estruturais avançadas e reestruturando a pureza dos seus desenho de futuras obras.
Em 1912 abre o seu próprio escritório de arquitectura, iniciando a sua carreira como arquitecto em nome próprio. Desde o início da carreira, influenciado pelos estudos do holandês De Stijl, desenvolveu uma concepção arquitectónica de linhas puras.
Durante os primeiros anos da Escola Bauhaus, em Weimar, Alemanha, Mies esteve ao lado de Gropius, com o objectivo de formar uma nova geração de artesãos, escultores, pintores e arquitectos, educando para a criação dos novos produtos de design industrial. A Bauhaus foi uma das maiores e mais importantes expressões do Modernismo no Design e na Arquitectura. Com apenas cartone anos de história e pouco mais de 1250 alunos, a sua contribuição para a história do Design, continua até aos dias de hoje, exercendo uma grande influência e fascínio sobre as novas gerações.
Em 1929, enquanto ainda leccionou na Bauhaus, é convidado para desenvolver o projecto do Pavilhão Alemão da Exposição Internacional de Barcelona, um dos projectos mais importantes, que deveria ser temporário mas tornou-se permante e acabou por tornar-se, uma das suas obras mais importantes. Encomendado pelo governo alemão para a exposição internacional de Barcelona, o pavilhão oferece a Mies uma oportunidade de experimentação da utilização de elementos livres, verticais (pilares dispostos assimetricamente) e horizontais (duas coberturas planas).O pavilhão de Barcelona foi desmontado em 1930, mas foi reconstruído décadas mais tarde, nos anos 80.
Em 1930, Mies van Der Rohe assume a direcção da Bauhaus, depois da saída de Gropius e acaba transferindo-a de Dessau para Berlim, numa tentativa de fugir ao antagonismo pessoal e profissional que sofria naquela época, por parte do regime nazi. Também em 1930, consolida o seu estilo próprio, com o projecto da Casa Tugendhat, outro trabalho que marca o seu característico estilo minimalista.
Depois de se ver obrigado a encerrar a Bauhaus em 1933, acaba deixando a Alemanha nazista em 1937 e partir para os Estados Unidos, radicando-se em Chicago, onde aceita o convite para dirigir a Escola de Arquitectura do Instituto de Tecnologia de Ilinóis.
A partir daí sua trajetória de sucesso se consolida cada vez mais, tanto como professor quanto como arquitecto, em uma sequência de obras marcadas pelo seu marcado estilo minimalista e funcional.
Em 1951, cria outro dos projectos estrela da história da Arquitectura Moderna Mundial, a famosa Casa Farnsworth – “A Caixa de Cristal”. A casa Farnsworth, chamada assim, devido ao sobrenome do proprietário, originalmente foi projectada para ser uma casa de campo, visto que a casa fica a quase 90 Km de Chicago, mas apesar de ser um marco da arquitectura foi uma desilusão para o proprietário, que não gostou do resultado final. O desenho é composto por linhas muito mínimas, numa linguagem de planos superpostos e a ilusão de que está flutuando sobre o terreno, com grandes painéis de vidro redefinem o carácter dos limites, juntamente com o espaço interior integrado, mudando a percepção do espectador entre a sensação de exposição aos elementos da natureza, remetendo à calma que se comunica com o entorno, trazendo uma sensação de paz e tranquilidade.
1958, também fica marcado na vida e carreira de Mies van der Rohe, projecta o que veio a ser considerado por muitos, o auge da arquitectura funcionalista dos arranha-céus: o Edifício Seagram, em Nova Iorque. Mies foi escolhido para o projecto pela filha do cliente, Phyllis Bronfman Lambert, que também tinha alguma notoriedade no meio arquitectónico dos Estados Unidos. Numa decisão audaciosa e inovadora, Mies revolucionou o padrão construtivo ao deixar livre metade do terreno da obra, definindo uma praça para usufruto público em Park Avenue em frente ao edifício. Ainda que hoje esta seja uma solução arquitectónica largamente aclamada, Mies teve de convencer os gestores da família Bronfman de que a ideia de libertar o espaço em frente ao edifício era, não só viável, como benéfica para a imagem da companhia. E, o edifício acabaria por tornar-se um ícone representativo do poder crescente das corporações empresariais, que viria a definir o próprio século XX.
O último trabalho de relevo de Mies foi a Neue Nationalgalerie em Berlim.
Aos 83 anos de idade, no dia 17 de Agosto de 1969, Mies van der Rohe morre deixando um legado que se traduziu não só em obras, mas sobretudo num estilo e numa verdadeira escola de arquitectura moderna.
References:
ARGAN, Giulio Carlo. Arte moderna: do iluminismo aos movimentos contemporâneos. Tradução Denise Bottmann, Frederico Carotti. Companhia das Letras. São Paulo, 1992
BENEVOLO, Leonardo. História da arquitetura moderna. Editora Perspectiva. São Paulo, 1976
CARDOSO, R. Uma Introdução à História do Design. Edgar Blücher. São Paulo, 2004
DORFLES, Gillo. A Arquitectura Moderna. Edições 70. 2000
FRAMPTON, Kenneth. História crítica da arquitetura moderna. Perspectiva. São Paulo, 1996
GÖSSEL, Peter. Arquitetura no Século XX. Germany: Taschen, 1996
JODIDIO, Philip. Contemporary American Architects. Koln: Benedickt Taschen Verlag, 1996
MONTANER, Josep M. M. Después del Movimiento Moderno- Arquitectura de Ia segunda mitad dei siglo XX. Gustavo Gili. Barcelona, 1995