Quinta das Lágrimas

Apresentação do espaço Quinta das Lágrimas, localizado em Coimbra

A Quinta das Lágrimas é um espaço que se localiza na cidade de Coimbra, na Zona Centro de Portugal e que rodeia a zona de um palácio do século XIX que nos dias de hoje serve como hotel de luxo, depois de restaurado e adaptado.

plaácio

 

A Quinta das Lágrimas é um espaço histórico e emblemático da cidade de Coimbra mas também de Portugal. Localiza-se na margem esquerda do Rio Mondego, mais precisamente na freguesia de Santa Clara, na cidade e concelho de Coimbra, que por sua vez também é distrito com o mesmo nome. A Quinta é um espaço que ocupa uma área de cerca de dezoito hectares e que rodeia por sua vez um palácio do século XIX que atualmente desempenha a função de unidade hoteleira de luxo, na cidade, depois de sofrer obras de restauro e adaptação à nova função. Os jardins da Quinta das Lágrimas acumulam memórias histórias e têm presentes elementos que contam por si só a história do local, elementos como árvores, fontes, locais. Na Quinta das Lágrimas encontram-se as denominadas «Fonte dos Amores» e a «Fonte das Lágrimas» cada uma com a sua lenda e história característica. A quinta e as fontes acima mencionadas ficaram célebres e conhecidas até aos dias de hoje uma vez que foram o cenário da história de amor entre o príncipe D. Pedro (que era o futuro Pedro I De Portugal) e da fidalga D. Inês de Castro. O local já serviu de temática a várias obras literárias e não só ao longo dos séculos.

História do espaço da Quinta das Lágrimas

Em relação à origem da Quinta das Lágrimas pode-se dizer que a área onde se situa era denominada por «Quinta do Pombal» e que a Quinta se formou lá em couto de caça da Família Real Portuguesa desde o século XIV. A propriedade está datada e 1326, o ano em que Santa Isabel de Aragão, Rainha de Portugal, mandou construir um canal que transportasse a água de duas nascentes até ao Convento de Santa Clara. Assim surgiu a chamada «Fonte dos Amores», que era o sítio de onde saía a água direcionada para o Convento de Santa Clara. A fonte foi chamada com este nome porque digamos que presenciou a paixão entre D. Pedro, que era neto da soberana, com Inês de Castro, uma fidalga galega que na época era dama de companhia da esposa de D. Pedro, a D. Constança. Uma das características desta fonte é a entrada em arco ogival, arco esse datado do século XIV. A outra fonte da Quinta das Lágrimas, a «Fonte das Lágrimas», é ainda distante da «Fonte dos Amores» tendo por base o convento e é denominada por esse nome por causa de Luís de Camões, que se referiu aquela fonte dessa maneira. A fonte foi denominada por «Fonte das Lágrimas» por Luís de Camões, na sua obra «Os Lusíadas», referindo que a mesma fonte nasceu das lágrimas vertidas por Inês de Castro, ao ser assassinada por ordem de Afonso IV de Portugal. Segundo reza a lenda, o sangue de Inês de Castro ficou preso às rochas do leito da fonte.

A passagem de «Os Lusíadas» encontra-se no canto III e é a seguinte:

“As filhas do Mondego, a morte escura

Longo tempo chorando memoraram

E por memória eterna em fonte pura

As Lágrimas choradas transformaram

O nome lhe puseram que ainda dura

Dos amores de Inês que ali passaram

Vede que fresca fonte rega as flores

Que as Lágrimas são água e o nome amores”

Portal e janela neogóticos na Fonte dos Amores

Portal e janela neogóticos na Fonte dos Amores

 

Fonte dos Amores

Fonte dos Amores

 

Fonte das Lágrimas

Fonte das Lágrimas

No ano de 1650 a Quinta das Lágrimas foi murada e fizeram-se caminhos que suportassem a terra e as árvores da mata lá existente. Foi construído o tanque que recebe e guarda a água da Fonte das Lágrimas e que por sua vez a encaminhava para as mós de um lagar de produção de azeite. A Quinta já teve vários proprietários com o passar dos séculos e dos anos e no ano de 1879 o palácio original da quinta foi destruído por um incêndio. Entre 1980 e 1990 foram reconstruídas as zonas afetadas pelo incêndio e o projeto esteve a cargo do arquiteto José Maria Caldeira Cabral. Em 1995 foi inaugurado o espaço já recuperado em forma de Hotel Quinta das Lágrimas, um espaço que era integrante da rede Relais & Châteaux, considerado um dos melhores hotéis do país. O restaurante do hotel possui, inclusive, uma estrela Michelin. O edifício foi alvo de algumas mudanças projetadas por artistas nacionais tais como Gonçalo Byrne e Cristina Castel-Branco.

Nos dias de hoje a «Quinta das Lágrimas» tem os jardins abertos ao público, podem ser visitados mediante o pagamento de um bilhete de entrada e o espaço é gerido e mantido pela Fundação Inês de Castro sendo os jardins membros da Associação Portuguesa dos Jardins e Sítios Históricos.

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