Dilúvio é um termo que se refere a uma narrativa presente em diversas culturas e mitologias em todo o mundo. Independente do povo que conta essa narrativa, ela sempre apresenta elementos em comum. Ela traz o fato de que uma inundação de proporções globais atingiu o mundo, normalmente enviada por uma ou por várias divindades, e que destrói a humanidade.
A água simboliza tanto a criação quanto a destruição. É por meio do dilúvio que divindades de variadas mitologias ou religiões recriaram a humanidade. A água, afinal, purifica, limpa os pecados da humanidade. Somente após o extermínio das impurezas é que é possível renascer. As narrativas do dilúvio costumam trazer também um herói, que simboliza o renascimento da humanidade.
Esse tema é presente em inúmeras civilizações, culturas e crenças ao redor do planeta. Há relatos sobre um grande dilúvio na Mesopotâmia; nos livros sagrados hindus, os Puranas; na mitologia grega, no mito de Deucalião; em tribos da Mesoamérica, dos nativos da América do Norte e da América do Sul. Sem dúvidas, o relato mais conhecido é o presente no Gênesis, da Bíblia.
Dilúvio e mitologia
Na Mesopotâmia, as narrativas do Dilúvio estão presentes em três épicos: o Ziusudra, Gilgamesh e Atrahasis. A lista de reis sumérios se baseia em uma suposta inundação para dividir a história do povo em dois períodos: o pré-diluviano e o pós-diluviano. Os reis pré diluvio viviam centenas de anos, enquanto que os pós dilúvio tiveram suas vidas reduzidas.
Os assírios tinham a própria versão do mito do dilúvio. Ele centrava-se na figura de Gilgamesh. O herói encontra um homem imortal chamado Utnapistim, que lhe relata como a divindade Ea ordenou que ele construísse uma enorme embarcação. Após a construção do navio, uma inundação divina seria enviada ao planeta para destruir tudo.
O mito grego de Deucalião também traz referências a uma inundação que atingiu todo o planeta. Devido à corrida pelo bronze, a humanidade estava fazendo guerras constantes. Isso irritou Zeus, que decidiu punir a humanidade com um dilúvio. O titã Prometeu ficou sabendo disso e avisou Deucalião, que construiu uma arca para ficar a salvo. Após nove dias e nove noites sobre as águas, Deucalião desembarcou no monte Parnaso.
Dilúvio e religião
Talvez a mais importante e simbólica narrativa sobre o dilúvio seja a apresentada pela Bíblia, no livro de Gênesis. Deus, decepcionado com os pecados humanos, decide inundar o planeta. Noé e sua família, único que seguiam as vontades e planos de Deus, foram escolhidos para iniciar uma nova era humana na Terra.
Noé devia construir uma arca de madeira para sobreviver ao dilúvio. Ao terminar de construir a arca, ele e sua família embarcam, acompanhados de um casal de cada espécie de animal da Terra. O dilúvio acaba com toda vida fora da arca. A inundação dura quarenta noites e quarenta dias. Após as águas baixarem, Noé e os demais desembarcam no monte Ararat.