Saxícola é a qualidade de um organismo que cresce em cima das rochas. Trata-se de uma das formas de colonização que ocorre em alguns grupos botânicos como os musgos (briófitas) ou os líquenes.
Os líquenes são organismos que resultam de uma simbiose entre um fungo e, geralmente, uma alga verde. Os líquenes podem ser classificados como epífitos se crescem em troncos e ramos das árvores, saxícolas quando crescem nas rochas ou terrícolas quando colonizam o solo.
As briófitas são um grupo de plantas não vasculares de pequeno porte, comumente designadas por musgos. Não apresentam flores nem sementes e são plantas essencialmente terrestres. Este grupo é representado por três divisões ou filos: Bryophyta (musgos), Marchantiophyta (hepáticas) e Anthocerotophyta (antóceros). Existem, essencialmente, duas das formas de vida que podemos encontrar nas briófitas. Aquelas formas que crescem em forma de tufo (acrocárpicos) e as que crescem formando extensos tapetes (pleurocárpicos).
Bioindicadores da qualidade ambiental
Os líquenes e os musgos que crescem em estruturas construídas pelo ser humano como os muros, paredes ou telhados das casas, fendas, etc., podem também ser considerados organismos saxícolas, podendo assumir formatos diversos. As espécies saxícolas podem exercer diversas funções, quer a nível geológico e ecológico, como a fixação de azoto e a meteorização das rochas (degradação da rocha), quer a nível do auxílio nas actividades humanas, como a utilização em forragens para os animais, tão frequente nos países nórdicos.
São também organismos considerados como excelentes biomonitores da poluição e das condições atmosféricas, sendo o seu nível de diversidade utilizado como indicador ecológico para inferir o estado da qualidade do ar e mesmo do próprio ecossistema. Os líquenes e os musgos permitem fazer a monitorização da poluição atmosférica e da composição em metais do meio ambiente em que se inserem.
Algumas destas espécies são tão sensíveis que possuem um espectro de tolerância ambiental bastante restrito, desaparecendo à mínima perturbação, enquanto outras espécies resistem a essa perturbação usando diferentes estratégias adaptativas.
References:
- Ricklefs, Robert. (2003). A Economia da Natureza. Guanabara Koogan, 5ª Edição.