A lógica dialética tem seu início na antiguidade clássica através do pensamento socrático/platônico. De início é importante lembrar que o que dá consistência ao sistema de Platão são os princípios da coerência e da não-contradição exposta na obra ‘O sofista’ de Platão. A filosofia platônica busca conciliar o Uno e o Multiplo, identidade e diferença postulando a existência de dois mundos: a) Sensível (composto pelos diversos fenômenos que estão submetidos ao devir e contingência, produtor da diferença); b) Idéias ou formas (lugar que reina a imutabilidade, não estão submetidos ao devir e a contingência, mas é o lugar da necessidade). É importante ressaltar que em Platão é possível ter duas interpretações do real.
A primeira que nos convoca a transcender o mundo fenomenal, que pode ser encontrada na obra: ‘A República’. A segunda interpretação nos remete a imanência do real. Somente sendo possível transcender na imanência deste mundo. Esta interpretação pode ser concebida na obra: ‘O sofista’. A teoria platônica e a lógica dialética terá profundas influências para a construção da arquitetura civilizacional no ocidente. Aristóteles sob a influência de Platão desenvolveu sua gramática, o Organon ou lógica formal. Santo Agostinho e Tomás de Aquino buscaram conciliar respectivamente o pensamento de Platão e Aristóteles com a fé cristã. Já no início da modernidade, observamos que Descartes (res cogitans e res extensa) e Kant (mundos dos fenômenos e o reino dos fins) estão em profundo diálogo com Platão. Mas a metafisica platônica atinge seu auge com a dialética hegeliana no século XVIII e XIX. Sendo capaz de influenciar o surgimento de duas vertentes do pensamento ocidental: a) direita hegeliana; b) esquerda hegeliana.