O conceito de necessidade ou notwendikeit se faz presente na História da Filosofia desde Parmênides, Platão, Aristóteles, Kant, Hegel e Marx, entre outros. É provável que seja um dos temas centrais da Filosofia, intrinsecamente ligado ao conceito de liberdade. O sistema pode ser considerado como necessitário quando é perpassado por um operador modal denominado necessidade ou notwendikeit, não levando em consideração à diferença, eliminando-a, ou a submetendo e subordinando a mesma a universalidade: totalidade das totalidades. Em Parmênides o Ser é, e o não-ser, não é. Logo, o não-ser, não existe. Todavia, ao realizarmos a operação linguística que busca afirmar a inexistência do não-ser, se está afirmando sua existência. O que leva a concluir que somente pode existir o Ser, aquilo que é existentemente. Assim, o raciocínio de Parmênides afirma o puro necessitarismo da realidade não reconhecendo o espaço da diferença, aquilo que não é. O mesmo ocorre no pensamento socrático/platônico. Mesmo reconhecendo a diferença, o sistema de Platão acaba por submeter à mesma a identidade necessitária das idéias ou puras formas. Na História da Filosofia Ocidental Platão inaugura uma corrente filosófica que influência os neoplatônicos até a modernidade de Hegel e Marx. Este fato cria as condições de existência de todas as arquiteturas filosóficas e sistemáticas que irão eliminar gradualmente a liberdade individual. Portanto, compreender o conceito de necessidade ou notwendikeit é antes de tudo entender como surgiu os grandes sistemas totalitários do século XX.