Guerra de Canudos

Este confronto armado, a guerra de Canudos, teve inicio no Brasil na recente República em 1896 e que se estendeu até 1897 no Estado da Bahia. O Brasil atualmente pode ser reconhecido a partir das seguintes regiões geográficas: região norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul. A região nordeste, onde está inserido o Estado da Bahia, sempre foi marcada pelos piores índices de desenvolvimento educacional, econômico e político. É considerada uma parte do Brasil que permanece arcaica e esquecida, dominada pelas oligarquias locais e pelos coronéis (título que se refere a um líder local. Não é necessariamente um militar do exército brasileiro).

A República Federativa do Brasil nasce a partir de um golpe dos militares, liderados pelo Marechal de Exército Hermes da Fonseca. Isto se deu, porque o governo monárquico de D. Pedro II vinha de um longo desgaste com os militares. Os mesmos tinham lutado na sangrenta e genocida Guerra do Paraguai e reclamavam da falta de reconhecimento e dos baixos soldos oferecidos pela Coroa. Embora o Marechal Hermes da Fonseca fosse monarquista, a situação se agrava quando o mesmo é ludibriado por Benjamin Constant (professor e militar da Escola de Engenharia do Exercito/IME) e pelo Jornalista Quintino Bocaiuva, de que D. Pedro II teria nomeado como Ministro seu arqui-inimigo Gaspar Silveira Martins. Este fato levou a deposição de D. Pedro II e a proclamação da República Brasileira. Tendo como primeiro presidente do Brasil Marechal Hermes da Fonseca. Posteriormente assumindo o sanguinário Marechal de Ferro: Floriano Peixoto.

É importante ressaltar que a cidade de Florianópolis em Santa Catarina, possui este nome, após os massacres contra opositores a República, empreendidos por este General na Ilha de Ratones em Santa Catarina. Florianópolis (a cidade de Floriano) era chamada na época de Nossa Senhora do Desterro. E neste clima autoritário e arbitrário que nasceu o primeiro governo civil brasileiro: Prudente de Morais, considerado o terceiro presidente do Brasil.

Foi durante este período que eclode a Guerra de Canudos, no sertão da Bahia. Liderados por um fanático e místico chamado de Antônio Conselheiro, que se dizia monarquista e acreditava na vinda de D. Sebastião para o Brasil, que teria desaparecido em Batalha por volta de 1578 em Portugal. E que o mesmo iria restaurar a Monarquia. Este movimento considerado profético pelos seus seguidores ficou conhecido como sebastianismo inspirando muitas revoltas armadas no Brasil. Canudos, em geral era uma comunidade pobre e esquecida de um Brasil arcaico e abandonado formado por negros, ex-escravos, caboclos, sertanejos, entre outros. O conflito acabou por se tornar um dos maiores genocídios que a recém República, agora nas mãos de um civil, realizaria. Morreram neste conflito aproximadamente 25 mil pessoas.

É importante lembrar a obra de Euclides da Cunha: Os Sertões. Escritor e professor do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro, esteve no local durante o conflito, durante três semanas, e testemunhou o sofrimento, descaso, sadismo, intolerância e incompreensão por parte das autoridades, que levou um povoado no interior do Brasil a ser totalmente dizimado.

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