Guerra dos farrapos

A guerra do farrapos, guerra farroupilha ou ainda revolução farroupilha foi um conflito sangrento que se estendeu por 10 anos e teve seu início em 1 de setembro de 1835 e seu término no dia 1 de março de 1845 no Brasil. O Rio Grande Sul e Santa Catarina foram províncias brasileiras que se rebelaram contra o governo monarquista de Dom Pedro II.  Esta revolução possuía um caráter republicano, liberal e abolicionista. Seus principais líderes foram Bento Gonçalves da Silva, General Neto, Coronel Onofre Pires, Coronel Lucas de Oliveira, Deputado Vicente da Fontoura, General Davi Canabarro, Coronel Corte Real, Coronel Teixeira Nunes, Coronel Domingos de Almeida, Coronel Domingos Crescêncio de Carvalho, General José Mariano de Mattos, General Gomes Jardim entre outros. Por sua vez teve mentores ideológicos de origem italiana como: Tenente Tito Lívio Zambeccari, Luigi Rossetto, Capitão Giuseppe Garibaldi, Bento Manuel Ribeiro.

Os motivos que levaram ao litígio com o Império brasileiro era a total negligência e esquecimento por parte do governo central em provimentos e tropas para sustentar os limites territoriais das províncias do Sul brasileiro. Desde o descobrimento do Brasil as províncias do Sul foram a ultimas a serem ocupadas, sempre ameaçadas pela presença de contrabandistas e por guerras territoriais e fronteiriças, muitas delas genocidas, com as províncias da Argentina, Uruguai e Paraguai. O que levou ao gaúcho brasileiro a construir um ideário rebelde, libertário, liberal e independente e que foi imortalizado na obra de Erico Veríssimo, o Tempo e o Vento, a partir do personagem Capitão Rodrigo.

O estopim se deu devido aos impostos sobre o preço do charque. Por outro lado, o governo brasileiro preferia importar carne bovina da Bolívia, por serem menos custosa e que era importada através do atual Estado do Mato Grosso do Sul, passando pelo Estado de Minas Gerais, pela antiga Estrada Real, até o Rio de Janeiro. Enfim, não valorizava o produto nacional que provinha dos municípios gaúchos fronteiriços com o Uruguai e Argentina e que eram conduzidos por todo o Estado do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná até a feira de Sorocaba em São Paulo, em uma aventura que ficou imortalizada pelos contos, lendas e na culinária (feijão tropeiro etc) que foi produto destas tropeadas: tropas que conduziam o gado lideradas pelos tropeiros.

O conflito armado teve seu fim a partir de um acordo com o governo central, depois de 10 longos anos. Os termos deste acordo se deram na total anistia dos revoltosos e integração dos mesmos no Exército Brasileiro (muitos irão tombar posteriormente no campo de batalha no maior conflito das Américas: A guerra do Paraguai). Esta anistia foi um elemento único entre todas as revoltas conhecidas no império brasileiro. Por outro lado, as comunidades negras que lutaram na frente de batalha, e que tiveram baixas violentas, continuaram escravas. Na produção cinematográfica brasileira, Netto perde sua alma, o personagem Milonga representa a frustração e revolta das comunidades negras no sul do Brasil que se consideravam enganadas pela promessas de libertação dos farrapos.

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