Conceito de estômato
Estômato é a designação dada ao conjunto de estoma, com o ostíolo, acompanhado por duas células de guarda. Esta estrutura pode também assumir o nome de estoma. O estoma corresponde à abertura ou poro que possui pequenas dimensões e se encontra envolto por estruturas semelhantes a dois feijões/rins unidos (células de guarda), em cujo centro se encontra o ostíolo (poro).
Estas estruturas agem como um canal para a troca de gases, sendo responsável pela transpiração da planta. Encontram-se principalmente nas plantas terrestres, podendo, raramente, surgir em plantas aquáticas. Nas plantas aquáticas apenas existe na página superior das folhas que não se encontram submersas. Os estômatos formam-se durante o desenvolvimento da planta, reflectindo assim as condições nas quais esta cresceu.
É possível encontrar estas estruturas nos tecidos das células vegetais, particularmente, nos tecidos epidérmicos das folhas, geralmente, na página inferior, podem também surgir na página superior ou em ambas. Estes podem ser encontrados na epiderme das folhas, assim como noutras estruturas da planta, nos frutos e nos caules não lenhosos, normalmente nas estruturas verdes.
A distribuição dos estomas deve-se muitas vezes a uma estratégia de retenção de água, uma vez que quanto mais estomas existirem mais água é perdida pela planta, em determinados ambientes esta perda pode ser prejudicial para o organismo.
- Constituição dos estômatos:
- Células-guarda – conjunto de células com forma de rim, controla a abertura e o fecho do ostíolo. A turgidez, isto é, o aumento do tamanho das células de guarda permitem a abertura do estômato, levando à ocorrência da transpiração.
- Ostíolo – corresponde à abertura delimitada pela células-guarda, permite a comunicação do estoma com o exterior.
- Células de companhia – formam a fronteira do estoma. Normalmente estas células correspondem a células da epiderme foliar.
- Câmara estomática – corresponde ao espaço delimitado pelas células-guarda e pelas células de companhia, área interna do estoma.
Ao conjunto destas estruturas dá-se o nome de complexo estomático. Este assume a função de permitir a comunicação entre a estrutura interna da planta e o meio ambiente exterior. Os estomas encontram-se em grande número na maior parte das plantas, a sua frequência de distribuição depende de muitos factores entre os quais pode-se nomear a espécie, a posição da folha ou ainda a intensidade da luz solar e a disponibilidade de água. O seu número pode variar entre os 100 e 1000 por milímetro dependendo das condições em que a planta cresceu.
As células de guarda, ou células estomáticas, têm a forma de feijão (a forma pode variar consoante a espécie, admite-se que possa ter a forma de rim/feijão ou forma de haltere) e possuem no seu interior um grande número de cloroplastos. Estas células são as verdadeiras responsáveis pela abertura do estômato. O mecanismo de abertura pode também envolver outras células como o vacúolo, por exemplo.
Estas estruturas permitem o controlo da entrada e saída de água das células vegetais, apenas se encontram presentes neste tipo de células. Quando se dá a entrada de água as células de guarda ficam mais turgidas fazendo com que o ostíolo se abra, com a saída de água das células, estas unem-se fechando o estoma. Por esse motivo pode-se admitir que o processo de abertura e fecho dos estômatos está relacionado com a respiração, a fotossíntese e a transpiração, uma vez que a abertura do poro (estoma) permite a realização dos processos mencionados.
Outro processo responsável pela abertura e fecho dos estômatos é a entrada ou saída de iões de potássio. Estes iões ao entrarem nas células, por transporte ativo, provocam um aumento da pressão osmótica que leva à abertura do estoma, a sua saída por difusão simples provoca o contrário, isto é, a diminuição da pressão osmótica e o consequente fecho do estômato.
A presença de luz favorece a abertura dos estomas, enquanto a ausência de água (stress hídrico) favorece o seu fecho, pois ambas as situações estimulam, respectivamente, a entrada e saída de iões potássio das células de guarda que consequentemente fazem variar a quantidade de água nestas células (a sua turgidez). Devido a esse facto, os estomas estão, normalmente, abertos durante o dia, salvo raras excepções de que são exemplo as plantas com metabolismo CAM, estas plantas fazem a fixação do carbono durante a noite pois habitam ambientes extremos.
Apesar da grande quantidade de pesquisa já realizada sobre estas estruturas, ainda se sabe muito pouco sobre a forma como realmente funcionam.
Fontes:
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Palavras-chave:
Respiração
Transpiração
Fotossíntese
Stress hídrico