Teoria do Pecking Order

Apresentação da teoria do pecking order; quais os principais pressupostos e quais as principais conclusões da teoria do pecking order…

Apresentação da Teoria do Pecking Order

A Teoria do Pecking Order, criada em 1984 por Stewart Myers, é uma uma das mais conhecidas teorias explicativas da estrutura de capital. De acordo com esta teoria, a estrutura do capital de uma empresa não se baseia no nível ótimo de endividamento que maximiza o valor da empresa, mas sim que esta, resulta de decisões ótimas sucessivas, entre as fontes de financiamento de forma hierárquica, tendo como objetivo minimizar os custos provocados pela assimetria de informação.

Devido à existência de assimetrias de informação, os títulos das empresas podem estar incorretamente avaliados pelo mercado (subavaliados ou sobreavaliados) – neste contexto, e face a uma situação de subavaliação, caso a empresa necessite recorrer ao aumento de capital para financiar um novo projeto, os novos acionistas irão ver sua riqueza aumentar num valor superior ao Valor Atual Líquido (VAL); pelo contrário, os atuais acionistas irão registar uma diminuição da sua riqueza, isto porque os seus ativos estavam subavaliados, implicando a contratação de capital a uma taxa de juro superior àquela que teriam se os seus ativos estivessem corretamente avaliados.

Tomando por base as necessidades de financiamento de uma empresa, a informação assimétrica irá afetar a escolha da fonte de financiamento preferencial a ser utilizada. Segundo a hipótese da pecking order, surge então, o problema de hierarquizar a escolha a seguir.

Pressupostos da Teoria do Pecking Order

A Teoria do Pecking Order tem como pressupostos principais:

  1. As empresas possuem uma clara preferência pelo autofinanciamento, relativamente ao financiamento externo;
  2. Face às oportunidades de investimento, as empresas adaptam gradualmente os seus objetivos de distribuição de resultados (payout ratios), de forma a evitar que estes sofram alterações bruscas;
  3. A necessidade de uma política de dividendos estáveis, aliada às flutuações não previsíveis da rendibilidade e das suas oportunidades de investimento, implica que os fundos gerados internamente sejam superiores ou inferiores às exigências de financiamento impostas pelas oportunidades de crescimento: se forem superiores, a empresa amortiza dívida e/ou adquire títulos negociáveis nos mercados de capitais; se forem inferiores, vende os títulos negociáveis que possuí;
  4. Se o financiamento externo é exigido, as empresas começam por recorrer ao endividamento; seguidamente emitem títulos híbridos – de que são exemplos as obrigações convertíveis – e, só em último recurso, recorrem à emissão de novas ações.

Há autores que defendem que as empresas deveriam acumular um determinado montante de capital disponível para a vertente investimento, que possibilite alguma independência financeira relativamente ao mercado. Nestas condições, e de acordo com esta teoria, percebe-se que as empresas que apresentam uma capacidade superior de gerar resultados, provenientes das suas atividades, implicam que tenham baixos rácios de capital alheio nas suas estruturas do capital. Pelo contrário, as empresas menos rentáveis, apresentam valores maiores de endividamento, e assim de maneira inevitável recorrem a capital externo para financiar o seu plano de investimentos, dado que a sua capacidade de autofinanciamento é geralmente insuficiente.

Em síntese, a hipótese da pecking order apoia-se, sobretudo, no pressuposto da existência de anomalias existentes nos mercados de capitais, nomeadamente a existência de informações imperfeitas (assimétricas e não instantâneas).

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References:

Mota, António Gomes (2012). Finanças da Empresa – da teoria à prática. 5ª Ed. Lisboa: Edições Sílabo.

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