Erosão Marinha

Os oceanos, com as suas montanhas e vales submersos, vulcões submarinos e muitas espécies de rochas e sedimentos desempenham um importante papel na modelação da crosta terrestre. As águas do mar estão em constante movimento que se revela pelas ondas, marés e correntes marinhas.

A erosão e o transporte litorais fazem-se, sobretudo, por ação das ondas, das marés e das correntes marinhas. A ação das ondas pode ficar marcada por ondulações nos sedimentos e ser preservada quando se deixa de sentir a sua ação. É comum encontrar em arenitos consolidados essas marcas, designadas ripple marks. A água do mar está em constante movimento graças à energia eólica. A ação erosiva da água do mar deve-se, na sua maioria, à enorme energia que as ondas podem atingir e aos detritos que arrastam. Num forte temporal as ondes podem alcançar uma força por unidade de superfície de 30 000 kg/m2 , enquanto que uma onda média anda à volta dos 1000kg por metro quadrado. Na sua arrebentação contínua sobre a costa as ondas provocam a sua destruição arrancando-lhe detritos, por vezes de grande porte. Depois de embater nas falésias ou de se estender nas prais a água das ondas regressa ao mar originando uma corrente de refluxos que arrasta consigo uma série de materiais. Os maiores são depositados próximos da linha da costa o os mais leves são transportados e depositados em sítios mais longes da costa. Além do efeito erosivo é importante ter em conta o efeito dissolvente que a água do mar exerce sobre as rochas do litoral. Atuando durante bastante tempo, acaba por cavar cavidades subterrâneas que diminuem a resistência das falésias, escarpas e arribas, que vão sendo destruídas e vão recuando. Desta forma, se alarga a plataforma litoral ou plataforma de abrasão, que é a região da costa que fica a descoberto da maré baixa e coberta de água durante a maré alta. Nas zonas de costa onde as rochas não são muito duras, em pouco tempo os materiais são facilmente desgastados e originam praias.

Quando a plataforma litoral se torna muito longa, a ação erosiva sobre a costa diminui e a plataforma litoral evolui, até adquirir um perfil de equilíbrio compatível com a sua natureza e com as condições ambientais. As ações conjuntas da erosão, transporte e sedimentação tendem a tornar a linha de costa retilínea. O litoral estabiliza quando se estabelece o equilíbrio entre a energia e a orientação das ondas . Aquele estado de equilíbrio pode ser modificado por um levantamento ou abaixamento da linha da costa, ou por uma descida ou elevação do nível do mar.

Quando há um levantamento da linha da costa ou uma descida do nível do mar, forma-se um terraço marinho ou praia levantada. No caso de ocorrer um abaixamento na linha da costa ou elevação do nível do mar, a plataforma litoral afunda-se alargando o planalto continental.

No plano sedimentológico e à escala do tempo geológico, a elavação do nível do mar determina uma transgressão provocando um aumento da sedimentação. O abaixamento do nível do mar determina uma regressão marinha que provoca uma erosão continental. Quando as arribas, escarpas ou falésias são constituídas por material litológico heterogéneo, de durezas diferentes, o trabalho erosivo do mar, acompanhado do transporte e sedimentação de material arrasado, pode dar origem a acidentes diversificados como as baías, arcos naturais, leixões, ilhas ou barreiras.

A erosão marinha é mais violenta nas saliências, que são erodidas, do que nas reentrâncias onde ocorre a sedimentação e por vezes se formam praias.

Os detritos resultantes da erosão marinha e aqueles que foram transportados para o mar pelos rios são levados pelas correntes marinhas para locais mais ou menos distantes e acabam por se depositar quando a energia da água se torna insuficiente para vencer o seu peso. Todos os materiais se depositam ao largo da costa e formam uma cintura contínua na periferia dos continentes. Encontram-se em média até 150 quilómetros da costa e até cerca de 1000 metros de profundidade. Os sedimentos litorais ou costeiros formam-se na plataforma litoral. Os detritos são dos mais diversos tamanhos e são constituídos por blocos de cascalho, calhaus, areias e vasas. Os de precipitação, formados nas lagunas ou deltas dos rios, são normalmente depósitos salinos ou calcários de precipitação.

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