Apresentação do Castelo de Noudar, Barrancos
Ao contrário do que acontece na maioria das cidades portuguesas com Castelo, em Barrancos o mesmo não acontece, isto porque o Castelo existente no concelho se situa na antiga Vila de Noudar. Entretanto este facto deve-se a que até 1825 Noudar foi a sede de concelho.
Este Castelo está estrategicamente localizado entre duas zonas ribeirinhas: a ribeira de Múrtega e o rio de Ardila, mesmo junto à fronteira com Espanha.
Relativamente à história do local onde está localizado o castelo, achados arqueológicos mostram que esta área havia sido ocupada desde a pré-história e seguindo-se o povoamento mais tarde pelos Romanos, Visigodos e Muçulmanos, sendo estes últimos os responsáveis pela primeira fortificação militar no local.
Entretanto, este edifício medieval, é uma construção do princípio do século XIV (terminado em 1307), mandado erguer por D. Dinis, que atribuiu Carta de Foral à Vila de Noudar e a doou à Ordem de Avis, sendo que mais tarde D. Manuel I dá novo foral à Vila em 1513.
No que concerne à planta do Castelo, este apresenta uma arquitectura medieval, militar e moderna sob uma planta hexagonal, definindo-se dois locais: a Alcáçova e o Cerco. Na Alcáçova encontramos a Torre de Menagem de planta quadrangular e com cerca de 18 metros sendo coberta por ameias (abertura de onde os defensores vigiavam os inimigos) e ainda uma cisterna quatrocentista composto por arco e abóbada. Já a cerca do castelo é composta por diversas torres e torreões de planta circular que serviam para proteger a vila.
No interior do Castelo de Noudar, destacam-se a casa do Governador e uma Igreja dedicada a Nossa Senhora do Desterro.
Realçamos ainda a lenda de que no castelo existia uma princesa moura em forma de serpente com cabelo de velha e trança que atormentava os moradores durante a noite.
No ano de 1825, a vila passa por um processo de despovoamento, acabando o Castelo por ser vendido em hasta pública em 1893. Após o ano de 1980 o Castelo passa por um processo de trabalhos arqueológicos e de recuperação através da direcção de Cláudio Torres (famoso arqueólogo português e actual presidente do Campo Arqueológico de Mértola e galardoado com o Prémio Pessoa em 1991 e agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique em 1993).
Em 23 de Junho de 1910 as ruínas do Castelo de Noudar são classificadas como Monumento Nacional.