Gilberto Simoni é um ex-ciclista italiano que foi vencedor por duas ocasiões da Volta a Itália e de etapas nas três grandes voltas que teve a sua carreira manchada pela utilização de doping.
Nasceu na região do Trentino a 25 de Agosto de 1971, um dos melhores trepadores italianos mais recentes e que seguiu as pisadas de um outro grande ciclista italiano, Marco Pantani. Nas camadas jovens, venceu algumas das mais prestigiantes corridas, como o Giro de Valle d´Aosta, em 1992 e o Baby Giro (Giro definido para ciclistas sub-23) e a prova de fundo do campeonato nacional na vertente amadora. Em 1994, Simoni tornaria-se profissional na equipa Jolly Componibilli-Cage 1994 e não conseguia ter os mesmos resultados nos primeiros anos de profissional como tinha sido nas camadas jovens. A morte do pai e do irmão mais velho deixaram a sua marca em Simoni que não conseguia ter o mesmo nível de resultados. Ainda assim, correu no Giro e no Tour mas Simoni não dava o salto. Passou por várias equipas até chegar ao ano de 1999. Depois da estreia em 1994 pela já citada equipa, correu na Aki-Gippieme durante os anos de 1995 e 1996, tendo obtido a primeira vitória como profissional em 1997 no Giro de Trentino pela equipa da MG-Maglificio-Technogym e em 1998, passava pela Cantina Tollo-Alexia, onde consegue um sexto posto no Giro de Lombardia no final de temporada. Uma corrida dura com uma larga quilometragem que mostrava ao italiano que tinha talento e qualidade na montanha para alcançar voos mais altos embora Simoni ainda pensasse em abandonar o ciclismo no final dessa época. E em 1999, chegava a primeira grande demonstração de Simoni no plano internacional. Corre o Giro de Trentino que termina em segundo lugar como preparação para um Giro de Itália em que marca mais uma vez presença e faz um brilharete, finalizando-o no último lugar do pódio da classificação geral. Ainda que tenha sido à custa da expulsão do líder Marco Pantani nas últimas etapas. Logo de seguida, Gilberto Simoni corre na Volta a Suiça, onde termina, novamente, no terceiro lugar vencendo uma etapa. No ano seguinte, Simoni transfere-se para a Lampre-Daikin, a sexta equipa em sete anos. Começa com regularidade, marcando presenças em alguns pódios em provas por etapas italianas e na Volta a Itália, Simoni vence a sua primeira etapa na prova, uma das mais duras com chegada a Bormio e volta a figurar no terceiro lugar do pódio. Mais para o final da temporada, Simoni está à partida da Volta a Espanha, onde consegue ganhar a etapa com chegado ao Alto de Angliru, uma das chegadas mais difíceis que o pelotão profissional já passou e que Simoni domou na segunda vez que por lá se passou, já que na primeira quem venceu foi Jose Maria Jimenez em 1999. Termina a temporada de 2000 com a primeira vitória numa clássica, o Giro de Emilia.
Em 2001, Gilberto Simoni consegue o que sempre sonhou e o que sempre fez gostar de ciclismo. O italiano conquista o Giro de Itália pela primeira vez, mostrando a sua capacidade de trepador com uma prestação de nível na alta montanha, conquistando a penúltima tirada da prova, com chegada em Arona e deixando os seus adversários a mais de sete minutos de distância. A pressão de vencer a prova que idolatrava saía-lhe de cima, finalmente. Nessa época, ainda terminou a Volta a Suíça no segundo posto da classificação geral, venceu mais uma etapa na Volta a Espanha, também a penúltima, com chegada ao Alto de Abantos, na Serra madrilena e conquistou a Taça do Japão, prova do término de temporada e que correspondia aos interesses da Lampre. Equipa pela qual Simoni terminava o vínculo contratual e em 2002, Simoni escolheria uma outra equipa italiana para prosseguir o seu trilho de vitórias, no caso, iria para a Saeco. Teve numa das melhores equipas italianas dos últimos anos durante três anos entre alguns casos e muitas vitórias e todas elas envolveram o Giro de Itália. Em 2002, partia como máximo favorito e confirmava a sua boa forma com uma vitória de etapa mas logo de seguida cai mais uma bomba no giro. Foram encontrados vestígios de cocaína num controlo anti-doping realizado pouco tempo antes do Giro. Simoni decidiu por abandonar a corrida por pressão da sua equipa e das demais. Não venceu o Giro em 2002, venceu em 2003. E exercendo um domínio avassalador sobre a concorrência, com três vitórias em etapas puríssimas e ainda a classificação geral dos pontos. De seguida, foi ao Tour sem pressão e triunfa numa etapa dos Pirenéus, conseguindo um feito que poucos ciclistas alcançam, ou seja, vencer uma etapa nas três grandes voltas. No ano de 2004, voltaram as polémicas com Gilberto Simoni no Giro de Itália e, neste caso, tiveram a ver com divergências entre a equipa técnica, o italiano e o colega de equipa, Damiano Cunego. Cunego era um jovem ciclista que fazia a prova pela segunda vez e decidiu ir contra as ordens de equipa que, inicialmente, eram de que toda a equipa suportasse o líder Simoni. Mas Cunego aproveitou a menor marcação de que sofria em relação a Simoni e a grande forma que exibia levaram a que tivesse ganho a prova, ficando Simoni no terceiro lugar e com uma vitória de etapa conquistada. Em 2005, a equipa da Saeco funde-se com a da Lampre e Gilberto Simoni permanece na equipa mas fica às portas do título na Volta a Itália, ficando no segundo posto, atrás de Savoldelli. A Saunier Duval foi a equipa seguinte de Simoni onde esteve em 2006 e 2007 e finaliza em terceiro e em quarto lugar, respectivamente, vencendo a etapa com chegada ao Monte Zoncolan, em 2007, que seria a sua última conquista na prova. Desde então a sua carreira entrou em fase descendente, estando nas equipas da Androni Giocattolli em 2008 e 2009 e a Lampre foi a sua última equipa da carreira em 2010.
