Jan Ullrich é um ex-ciclista alemão, vencedor de uma edição do Tour e da Vuelta e campeão olímpico nos Jogos Olímpicos de Sidney.
Como a maior parte dos campeões do ciclismo, Jan Ullrich surgiu desde muito novo a vencer provas, no caso, ganhando a primeira corrida com nove anos e aos catorze sagrou-se campeão da República Democrática Alemã. Este triunfo foi conseguido no ano anterior ao da queda do muro de Berlim. A política desportiva na Alemanha liberalizou-se e o treinador de Jan Ullrich, Peter Sager, decidiu avançar com uma equipa amadora em 1991, na qual Ullrich era o líder e o ciclista alemão sagrou-se campeão do mundo na categoria reservado aos ciclistas amadores, em 1993, na cidade norueguesa de Oslo. Estava escrito no destino que o alemão iria ser um dos grandes. Com 19 anos, juntava o seu ímpeto vencedor à sua enorme capacidade de rodar sozinho. No final do ano de 1994, começou como estagiário na equipa alemã da Team Telekom, estando reservado para 1995, a sua estreia como profissional numa temporada por completo. Ainda assim, nesse ano de 94, ajudou a equipa alemã a conquistar o bronze no contra-relógio por equipas do campeonato do mundo sendo que no ano seguinte sagrou-se campeão alemão na vertente do contra-relógio no seu ano de estreia como profissional e teve como prémio a participação na Vuelta, contrariando as intenções do alemão que queria fazer a prova francesa.
No ano de 1996, participou, pela primeira vez, na Volta a França mas antes fora vice-campeão alemão da prova de fundo. Mostrou toda a sua classe e potência de pedalada ao longo deste Tour, vencendo uma etapa, ajudando Bjarne Riis a ser vencedor da classificação geral, ficando Ullrich no segundo posto e vencedor da classificação da juventude. Mas no ano seguinte, chegava ao tão ambicionado triunfo na classificação geral da Volta a França. E somente com 23 anos de idade e na sua segunda participação no Tour. Mas antes, sagrava-se campeão alemão na prova de fundo, juntando o título ao da prova de contra-relógio conseguido dois anos antes. Chegado ao Tour, Jan Ullrich demonstrou toda a sua habilidade no contra-relógio e na montanha, sendo o mais forte na prova francesa, levando novamente, o triunfo do melhor jovem para casa. Um dos exemplos da demonstração de força do atleta germânico foi quando venceu a 10ª etapa, uma etapa maratona de 252 quilómetros com chegada a Andorra e repleta de Montanha. O seu companheiro de equipa e vencedor do Tour no ano transacto, Bjarne Riis, passava por dificuldades e Jan Ullrich perguntou se poderia avançar ele para a liderança. Quando lhe foi dada essa possibilidade foi para a frente do grupo principal impor o ritmo e ninguém o conseguiu acompanhar mais, ganhando a etapa com mais de um minuto de vantagem sobre os seus adversários. Na outra que venceu, um contra-relógio, deu mais de três minutos ao segundo classificado. Era o patrão do Tour naquele ano. Esta vitória de Ullrich despoletou num enorme interesse por toda a Alemanha e gerou um enorme retorno para o ciclismo num país tão importante para o comércio e para as marcas. Em 1998, Jan Ullrich era o máximo favorito à vitória no Tour e na prova francesa tratou de confirmá-lo na fase inicial, vencendo o contra-relógio na 7ª etapa e chegando à camisola amarela que manteve durante uma semana, numa edição marcada pelo Caso Festina. Mas à 15ª etapa, Jan Ullrich perdia a amarela numa etapa épica protagonizada por Marco Pantani, repleta de montanha, com chuva, quedas e Pantani vencia a etapa e tornava-se líder da prova enquanto Ullrich perdia quase nove minutos e as aspirações pela vitória no Tour. Ainda assim, na etapa seguinte, respondeu como um campeão, vencendo a etapa seguinte, em Albertville e um contra-relógio na penúltima etapa da prova francesa. Com isso, o germânico acabava o Tour na segunda posição que iria repetir por mais ocasiões nos anos seguintes. Mas não seria no ano de 1999, isto porque teve uma lesão que o impediu de estar à partida dessa edição do Tour, mas foi à Vuelta e conquistou a classificação geral e duas etapas e mais tarde, sagrou-se campeão do mundo de contra-relógio nesse ano, assim como o faria dois anos mais tarde, em Lisboa. Em 2000, o alemão venceu a prova de fundo dos Jogos Olímpicos de Sidney, aumentando ainda mais o prestígio do seu palmarés.
Em 1993, Lance Armstrong sagrou-se campeão mundial dos profissionais e Jan Ullrich teve a mesma vitória relacionada com a categoria dos amadores. Sete anos depois, os destinos voltaram a encontrar-se para um duelo que aprisionava quem via na televisão. Sendo que o norte-americano levou sempre a melhor sobre o germânico, nomeadamente, nos anos de 2000, 2001 e 2003 em que Ullrich ficou em segundo, 2005 em terceiro e 2004 que ficou na quarta posição. Contudo, a carreira de Ullrich foi marcada pelos casos de doping que teve. Em 2002, Ullrich teve um controlo anti-doping positivo que resultou numa suspensão de seis meses e com isso acabou por sair da Team Telekom. O regresso à competição em 2003 foi através da T-Coast/Team Bianchi, tendo voltado à equipa da T-Mobile no ano seguinte. Mas foi novamente afastado do ciclismo por mais um caso de doping em 2006. O seu nome volta a surgir na Operação Puerto, uma investigação espanhola que desmantelava uma rede de doping generalizada com base em Espanha, como um dos principais implicados. Resultou na sua exclusão do Tour ainda antes de ele começar nesse ano de 2006, tendo sido despedido pela equipa germânica. E nunca mais conseguiu arranjar uma equipa e regressado À competição, tendo anunciado o seu abandono do ciclismo profissional em Fevereiro de 2007. Mais tarde, acabou por confirmar o recurso ao doping e a meios ilícitos de recuperação desportiva patrocinados pelo médico Eufemiano Fuentes, o principal responsável por toda esta rede criminosa.
