A Guerra Lázica também conhecido como Grande Guerra de Egrisi, foi um conflito entre as duas grandes potências da Eurásia, Império Bizantino e Sassânida, desenrolou-se entre 541 e 562.
O conflito deu-se pelo controlo da região da Lázica, na época pertencente ao domínio territorial dos bizantinos, situada no que actualmente corresponde à Geórgia, nas margens do Mar Negro. Para os bizantinos manter este território era fundamental para a coesão territorial, grandeza imperial e manutenção das rotas comerciais entre o ocidente e oriente, vitais para a supremacia económica. Para os Sassânidas, a conquista da Lázica era fundamental para retirar a ameaça bizantina da região e garantir acesso ao Mar Negro, com toda a sua importância estratégica e comercial.
O Tratado da Paz Eterna assinado em 532 entre bizantinos e sassânidas reconhecia, a região da Lázica como zona de influência bizantina. Gradualmente os bizantinos foram fixando-se nesta região como força invasora, em vez de protectora da monarquia local. A insatisfação da população local atingiu o zénite em 541, quando os mercadores bizantinos começaram a ser beneficiados relativamente aos locais, a onda de revolta e indignação levou a um pedido de auxílio por parte do monarca da Lázica, Gubazes; ao Império vizinho Sassânida, dando início à Guerra Lázica.
A invasão persa de 541 ordenado por Cosroes I, rapidamente tomou controlo da região face ao número diminuto de efectivos bizantinos. Os persas tentaram converter a população ao zoroastrismo, o que gerou a insatisfação numa comunidade maioritariamente cristã. Em 546, Gubazes mediante a evangelização persa, recorre ao Imperador bizantino, Justiniano I, para o auxiliar.
Após diversas batalhas, avanços e recuos territoriais, e pesadas perdas humanas nos dois lados do conflito, os bizantinos aliados com as forças da Lázica conseguiram expulsar definitivamente os persas da região em 557, não sem antes os generais bizantinos terem assassinado o Rei Gubazes, por divergências relativamente à estratégia e eficiência militar. Uma investigação a este assassinato resultou na execução dos generais Rústico e João, e a nomeação do irmão mais novo de Gubazes, Tzácio II como Rei da Lázica.
Em 562, o imperador Sassânida Cosroes I, reconhece a soberania da Lázica enquanto protectorado bizantino, como compensação por este reconhecimento, ficou acordado o pagamento de um tributo anual em ouro por parte dos bizantinos aos persas.
Apesar das inúmeras perdas humanas, os bizantinos acabaram por sair vencedores neste conflito, mantendo a influência na região. Os persas não conseguiram estender a sua influência ao Mar Negro, mas por ventura a grande derrotada foi a região da Lázica, que viu o seu território devastado por um longo conflito, e perdeu grande parte da sua soberania para os bizantinos.
Noutra perspectiva tanto bizantinos como sassânidas saíram derrotados, os conflitos constantes entre estas duas potências, fragilizaram os seus respectivos impérios, o que um século mais tarde iria favorecer a rápida expansão dos árabes muçulmanos.