O Califado Omíada teve origem na família com o mesmo nome, em árabe Banu Abd-Shams, que partilhava com Maomé um ancestral comum, Abd Manaf ibn Qusai. Embora fossem de famílias diferentes, por descenderam de filhos distintos de Qusal, pertenciam ao mesmo clã de Maomé originário da Cidade de Meca.
Em 639 Muawiya foi designado governador da Síria, rapidamente teve que começar a lidar com o Império Bizantino, ao qual os árabes haviam conquistado territórios na Síria. Muawiya formou uma marinha composta por cristãos coptas e sírios para combater as forças navais bizantinas, com o apoio destas comunidades cristãs conseguiram derrotar os bizantinos na Batalha dos Mastros de 655 que permitiu a abertura á navegação muçulmana do Mar Mediterrâneo, Muawiya emergir após os conflitos com os bizantinos como o governante mais bem-sucedido dos territórios muçulmanos.
Rapidamente surgiram as disputas pelo controlo dos territórios islâmicos. Maomé em vida conseguiu balançar as diferentes susceptibilidades e interesses, apelando a uma política de tolerância e aceitação. Com a sua morte os seus ensinamentos nesse campo não foram seguidos, resultando em conflitos pelo poder, entre as diferentes tribos árabes e entre árabes e persas.
De forma a apaziguar estes conflitos, Hassan ibn Ali fez um acordo com Muawiya para que este em troca da cedência do poder após a morte de Ali, não formasse uma dinastia com o seu nome. Muawiya não cumpriu a sua parte do acordo e fundou o Califado Omíada com sede em Damasco em 661, centro do poder de Muawiya.
A governação de Muawiya ficou marcada pela instabilidade interna, com a rebelião dos seguidores de Ali que defendiam o seu direito à governação do califado. Promoveu a paz e convivência entre cristãos e muçulmanos, embora mais tarde os cristãos fossem secundarizados pelo califado. Em termos externos estava em constante conflito com o Império Bizantino, após uma revolta cristã, estabelece um acordo de paz com Bizâncio. Expandiu as fronteiras do Califado até a Ásia Central e Norte de África.
A governação territorial do califado era intermediada por governadores regionais designados pelo califa. A nomeação era feita a partir das capacidades que haviam demonstrado militarmente ou administrativamente, os lugares podiam ser transmitidos para os descendentes do governante, mas na maioria dos casos o Califa substituía o governante por temer o enraizamento do poder de determinada família ou clã em determinada região.
Embora o Império Bizantino fosse o grande rival do Califado Omíada, implementou o sistema de governação bizantino, assente em três pilares fundamentais, cobrança de impostos, administração religiosa e questões político-militares.
A cobrança de impostos era fulcral para a sobrevivência do Califado, permitia pagar os exércitos que defendiam e expandiam os territórios. Na primeira metade do século VIII os Omíadas começam a entrar em declínio, e os governantes regionais deixaram de enviar boa parte dos impostos recolhidos, potenciando a fragilização dos Omíadas e favorecendo o seu enriquecimento pessoal. Em 711 é iniciada a expansão do califado para a Península Ibérica, al-Andalus em árabe.
O árabe era a língua oficial do Califado, mas a rápida expansão promovida por Muawiya provocou a escassez de funcionários públicos qualificados falantes de árabe, assim o Califa optou por manter os funcionários que administravam os territórios antes da conquista nos cargos, daí serem encontrados diversos documentos datados do século VII em grego ou persa. De forma a manter a coesão económica nos novos espaços, foram mantidas as moedas Bizantinas e Sassânidas, sendo as inscrições islâmicas inseridas nas moedas a única alteração, que não mudava o valor comercial mas impunha a vontade e primazia dos novos governantes.
A sociedade do Califado Omíada era dividida em quatro classes, os árabes muçulmanos, os povos convertidos ao islão, os cidadãos livres que professavam outra fé como, cristãos, judeus ou zoroastristas e escravos.
Os árabes eram a classe dominante no Califado, mas rapidamente com a expansão territorial acabaram por tornar-se a minoria populacional, mas em termos sociais continuaram a ter prevalência sobre as outras populações. Este facto colocou em causa a coesão social e em última instância originou a revolta nas classes secundarizadas na sociedade.
Muçulmanos convertidos, cristãos, judeus e zoroastristas compunham uma grande fatia da população do califado, mas pelo seu estatuto social não podiam exercer altos cargos públicos e políticos por não serem árabes. Embora tivessem liberdade, sentiam-se marginalizados na sociedade levando à revolta Abássida 744-747, suprimida pelos Omíadas.
Em 750 o Califado Omíada não conseguiu resistir ao avanço dos revoltosos, sendo extinto e dando origem ao Califado Abássida.
Abderramão único sobrevivente da família Omíada refugiou-se no al-Andalus e aí fundou um emirato Omíada.
O Califado Omíada controlou um dos maiores Impérios da História, converteu inúmeras populações ao Islão, transformaram o Califado de uma instância meramente religiosa, para uma entidade política de pleno direito.