Conceito de Emoção Primária
As emoções primárias podem categorizar-se em emoções primárias adaptativas e emoções primárias não adaptativas. As emoções primárias adaptativas são aquelas que têm uma função de ajustamento psicológico ou valor de adaptação ao meio.
São consideradas emoções primárias adaptativas, o medo perante uma ameaça de perigo, a zanga e o nojo face ao desafio e violação de limites do próprio, a alegria e surpresa face a uma fonte de satisfação e a tristeza perante uma perda.
Estas emoções revelam-se indispensáveis ao funcionamento psicológico saudável, sinalizando ao indivíduo as suas necessidades psicológicas e permitindo-lhe escolher ações que promovam a sua satisfação e bem-estar psicológico.
Por outro lado, as emoções primárias podem ser não adaptativas, sendo estas caracteristicamente aprendidas socialmente em estádios precoces do desenvolvimento, na sequência de experiências de insegurança que funcionam como situações traumáticas (e.g. medo ou zanga face à proximidade ou empatia por parte de outros), podendo generalizar-se em estádios ulteriores do desenvolvimento do indivíduo.
As perturbações psicológicas podem deste modo ser entendidas, à luz das abordagens experienciais ou focadas nas emoções, com base em fatores emocionais, como a reestruturação de emoções não adaptativas. A intervenção psicológica é então pautada pelo foco na consciencialização, ativação e reprocessamento das experiências emocionais, permitindo ao indivíduo entrar em contacto com as emoções primárias adaptativas e assim responder às suas necessidades psicológicas.
References:
Elliot, R., Watson, J., Goldman, R., & Greenberg, L. (2004). Learning Emotion-Focused Therapy. The process-experiential approach to change. Washington DC: American Psychological Association.