Os fundos de investimento social são fundos de investimento que além de visarem uma componente económica e de rendibilidade, pretendem ainda ter um impacto positivo na sociedade. Assim, o Investimento de Impacto ou Investimento Social pode ser definido como a aplicação de capital em atividades, organizações ou fundos com o objetivo de obter simultaneamente um retorno financeiro e um retorno de valor para a sociedade, sendo que ambos os tipos de retorno são monitorizados e influenciam a tomada de decisão do investidor. Neste contexto, visam mitigar problemas sociais como a exclusão social, o desemprego, a probreza através de inovação social e estratégias criativas de empreendedorismo sem perder de vista o seu cariz e o foco social.
Tipos de Investidores
Entre os investidores de impacto existem aqueles que prioritizam o lucro (profit-first) mediante o alcançar de um nível estabelecido de impacto, e aqueles que que prioritizam o impacto (impact-first), mediante o alcançar de um retorno definido. Existem ainda os investidores de lucro com impacto que não acreditam na escolha entre maximizar o lucro e maximizar o impacto e procuram atuar em áreas onde lucro e impacto estão fortemente correlacionados.
História
O termo investimento de impacto tem origem nos EUA (impact investing) e está limitado à aplicação de recursos na qual haja alguma expectativa de retorno financeiro. O termo investimento social (social investment) tem origem no Reino Unido e utiliza-se normalmente para descrever a aplicação de recursos e investimentos em organizações do setor social, numa abordagem de investimento em organizações sociais e/ou em intervenções sociais que procura introduzir princípios de mercado assentes na transparência, eficiência e eficácia na alocação dos recursos face aos resultados que se esperam obter. Os produtos desenvolvidos pelo setor das Finanças Sociais, como por exemplo os títulos de impacto social (TIS), procuram estabelecer ligações sinergéticas entre o mercado e os setores social, privado e público.
Estes títulos representam um novo tipo de contratos para inovação em serviços públicos com base em resultados. Nestes contratos, entidades públicas comprometem-se a pagar aos investidores que compram os títulos um retorno financeiro mediante um comprovado impacto social. O valor investido nos títulos é entregue a organizações sociais que têm como função fornecer serviços e alcançar os resultados estipulados no contrato. Uma entidade intermediária gere a aplicação de fundos e a monitorização dos resultados. No caso dos resultados não serem alcançados, os detentores dos títulos receberão uma remuneração inferior, ou arriscam mesmo a perder o investimento inicial. Desta forma, o risco da inovação social recai sobre investidores privados e não sobre os orçamentos públicos, enquanto as organizações sociais têm financiamento de médio prazo garantido. Outra variante são os Títulos de Impacto para o Desenvolvimento (Development Impact Bonds) em que o mesmo conceito é aplicado em países em desenvolvimento com organizações internacionais, como Fundações ou Institutos de Cooperação, a assumirem o papel das entidades públicas apoiando causas humanitárias específicas, como por exemplo o combate à malária ou o apoio à educação primária. Apesar de ser uma inovação recente, os títulos de impacto social tornaram-se muito populares e encontram-se em processo de réplica em vários países.
Desenvolvimentos Recentes
A Comissão Europeia lançou recentemente, enquadrado na Estratégia Europa 2020, o Social Investment Package em que a pobreza e a exclusão social, o desemprego de longa duração, o envelhecimento da população e as desigualdades de género são algumas das maiores problemáticas sociais da atualidade. Problemas como estes comprometem a qualidade de vida das populações, implicam um elevado custo social e têm um elevado custo económico para o setor público e, por conseguinte, para a sociedade. Um dos grandes desafios da atualidade é o desenvolvimento de soluções para estas problemáticas sociais, de modo a inverter a sua tendência de acumulação e prevenir o aparecimento de outros problemas. Este é o papel fundamental para a sociedade da área emergente de Empreendedorismo e Inovação Social e tem sido também historicamente a função central do setor social.
Também no âmbito da Estratégia Europa 2020 foram criadas linhas de financiamento geridas e cujos fundos são atribuídos diretamente pela Comissão Europeia, conhecidos como fundos europeus de empreendedorismo social (EuSEF).
De acordo com o relatório de 2015 da Eurosif, o investimento neste tipo de áreas duplicou na europa.
References:
http://investimentosocial.pt/
http://ec.europa.eu/finance/investment/social_investment_funds/index_en.htm
www.eurosif.org